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Reinaldo Azevedo

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Num país um pouco mais sério, far-se-ia uma CPI só para apurar as declarações de Pagot

No momento em que o país assiste a um julgamento que tem tudo para ser histórico no STF, seguir no caminho da seriedade obrigaria o sistema político, agora, a pensar numa CPI exclusiva, apenas para investigar o conteúdo das declarações feitas por Luiz Antônio Pagot, ex-chefe do Dnit, à CPI do Cachoeira. Ele disse com […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h02 - Publicado em 28 ago 2012, 20h58
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  • No momento em que o país assiste a um julgamento que tem tudo para ser histórico no STF, seguir no caminho da seriedade obrigaria o sistema político, agora, a pensar numa CPI exclusiva, apenas para investigar o conteúdo das declarações feitas por Luiz Antônio Pagot, ex-chefe do Dnit, à CPI do Cachoeira.

    Ele disse com todas as letras: atuou na arrecadação de recursos para a campanha de Dilma Rousseff enquanto estava no cargo. E arrecadou dinheiro junto a qual “público”? Ele também contou: junto às empreiteiras. Foi ainda mais preciso: elas lhe teriam mostrado o recibo. Com isso, ele quis dizer que eram contribuições legais. Claro que sim! Em que circunstância, no entanto, precisariam provar a doação? Eis o busílis.

    É o fim da picada! É claro que, a esta altura, o ministro Dias Toffoli, coma toda a seriedade que lhe confere a toga, diria: “Oh, cuidado! Cabe a quem acusa o ônus do prova! O fato de o chefe de um departamento federal que contrata empreiteiras arrecadar dinheiro dessas mesmas empresas para a candidata do governo não quer dizer nada! Até porque foi feito tudo de acordo com a lei. Tem até recibo!!!”.

    É mesmo, né? O que há de mal nisso?

    Os espertalhões, no Brasil, usam o chamado “devido processo legal” para justificar as piores sacanagens. Não! Eu não acho que se deva ignorar o devido processo legal, não! Eu acho que é preciso investigar as declarações de Pagot. É preciso saber quem, no governo, lhe ordenou, ou autorizou, que atuasse como arrecadador. Quando menos, existe uma Lei da Improbidade Administrativa.

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    Na Folha Online, leio o seguinte:
    “O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), afirmou nesta terça-feira que o então tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff, deputado José de Filippi (PT-SP), reuniu-se com o ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antonio Pagot para pedir contatos de empresários. Ele rejeitou, no entanto, que o tesoureiro tenha solicitado a Pagot que pedisse doações à campanha petista, como afirmou hoje o ex-diretor do Dnit à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira.”

    Claro! Se Jilmar Tatto falou, falado está, não é mesmo? Pagot teria feito aquela declaração — que também o compromete, diga-se — só pelo prazer de contar uma mentirinha…

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