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Minc e a vigarice

Leiam o que vai na Folha Online. Volto depois: O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) pediu desculpas nesta quarta-feira por ter chamado grandes produtores rurais de “vigaristas” durante manifestação da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), em Brasília. O ministro disse que usou expressões impróprias, que não representam o que ele pensa sobre a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h23 - Publicado em 24 jun 2009, 17h25

Leiam o que vai na Folha Online. Volto depois:
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) pediu desculpas nesta quarta-feira por ter chamado grandes produtores rurais de “vigaristas” durante manifestação da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), em Brasília. O ministro disse que usou expressões impróprias, que não representam o que ele pensa sobre a bancada ruralista.
O ministro, que participa de audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, atribuiu ao calor do momento o modo como se referiu aos produtores. “Usei a expressão sim, mas usei a expressão não em relação a bancada agropecuária. Quero ir além do pedido de desculpas. Quero dizer que não penso aquilo e já demonstrei isso aqui [Câmara]. Usei expressões impróprias, exaltadas, típicas de quem está em carro de som. Esse não é meu pensamento”, afirmou.
Minc, no entanto, disse que não vai recuar das críticas feitas à postura de grandes produtores rurais que priorizam o lucro em detrimento do meio ambiente. “Tenho atração fatal por temas polêmicos, não é porque virei ministro que vou me acovardar, tenho minhas posições, acho que os grandes produtores desmatam muito mesmo, mas as expressões que usei não foram cabidas mesmo. Espero não ter que usá-las de novo”, disse.
O ministro aproveitou o debate na comissão para reclamar também da postura dos parlamentares ligados ao agronegócio. Minc questionou o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), que o teria chamado de traficante. “Tem deputados que fizeram afirmações piores ao meu respeito, como o deputado Caiado, que me comparou a um traficante”, afirmou.

Comento
O problema, um deles, do ministro Calos Minc é justamente ter essa, como chamarei?, abordagem muito pessoal do que é ser ministro de estado. Parece que está sempre fazendo uma espécie de terapia coletiva. Deve achar que, assim, oxigena o poder, não é?

Eu não acho que o deputado Caiado fez bem em associar Minc àqueles rapazes que exercem o comércio de substâncias ilegais — que alguns, inclusive o ministro, querem legalizar. Censurei o parlamentar aqui, como sabem. Minc é tão traficante quando os ruralistas são vigaristas, não é mesmo? Embora, se é para falar tudo (e eu sempre falo), haja diferenças de verossimilhança nas duas falsidades. Quem se aproximou, por conta própria, fora do escopo de sua pasta, do tema “drogas” foi Minc. Ele se colocou mais próximo do tráfico, sem ser traficante, do que os produtores rurais brasileiros se aproximaram da vigarice.

Um ministro de estado não pode chamar o setor que responde por boa parte das reservas brasileiras — e da estabilidade econômica — de “vigaristas”. Também não pode transformar o pedido de desculpas numa espécie de licença para dizer sandices. A ser assim, o sujeito fala o que bem entende na certeza de que pode se desculpar depois.

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Ademais, o ministro tem um jeito um pouco estranho de se desculpar, não é? Na prática, é mais ou menos assim: “Desculpo-me, mas mantenho tudo o que disse”. Já fiz aqui uma leitura de sua atuação e reitero: como ele é mais, como direi?, “facinho” do que Marina Silva para conceder licenças ambientais para obras de infra-estrutura — e por isso ela caiu, e ele subiu —, decidiu eleger o agronegócio como inimigo para fazer sua embaixadinha com as ONGs.

Ele deve mais do que desculpas. Na condição de governo, tem de se reunir com os produtores rurais brasileiros para adequar a legislação ambiental às necessidades do país, de sorte a parar com essa estupidez militante que pretende opor conservação à produção. É ministro do país, não porta-voz do guerreiro Greenpeace.

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