Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Marco Civil: governo perde de novo e vai ceder; restrição de parlamentares sobre superpoderes presidenciais é pertinente!

O governo, mais uma vez, roncou papo, afirmando que votaria o marco civil da Internet ainda nesta quarta. Não deu de novo! Esse negócio do “faço e aconteço” não tem funcionado. Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB, e Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Câmara, previram que a votação aconteceria só na semana que vem. Acertaram, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h13 - Publicado em 19 mar 2014, 22h48

O governo, mais uma vez, roncou papo, afirmando que votaria o marco civil da Internet ainda nesta quarta. Não deu de novo! Esse negócio do “faço e aconteço” não tem funcionado. Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB, e Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Câmara, previram que a votação aconteceria só na semana que vem. Acertaram, como se vê.

O PMDB, por exemplo, está dividido entre os que querem derrubar o texto inteiro e os que cobram mudanças. O governo já cedeu num ponto que considerava inegociável: o fim da obrigatoriedade da instalação de data centers no Brasil. Agora exige apenas que as empresas que abrigam dados obedeçam à legislação brasileira. Até aí… Qual não obedece?

A segunda questão diz respeito à tal neutralidade da rede. Também esse ponto, antes inegociável, já é negociável. A neutralidade pura e simples impediria que as operadoras fizessem distinção de tráfego entre clientes ou privilegiassem determinados pacotes de dados. O busílis hoje está no Artigo 9º do projeto. Leiam o trecho polêmico. Está escrito lá:
Art. 9º O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicativo.
§ 1º A discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada por Decreto e somente poderá decorrer de:
I – requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações, e
II – priorização a serviços de emergência.

Onde é que o bicho está pegando agora? Nesse §1º: ele confere à Presidência da República superpoderes para decidir o que lhe der na telha. Ora, decreto é decreto — e o Congresso é simplesmente alijado de qualquer decisão.

Sim, é verdade, as empresas de telefonia não gostam do texto. Ao pé da letra, pode impedir a criação de produtos. É um debate pertinente, e há bons argumentos dos dois lados. Uma coisa, no entanto, é certa: não dá para transferir ao governo todo o poder. Uma parte dos parlamentares quer que a lei discipline a interferência do Poder Executivo com mais precisão. E, sinceramente, acho essa uma medida prudencial. Se for o caso, que se crie uma espécie de agência reguladora ou um comitê permanente de supervisão do Congresso.

Continua após a publicidade

Os fanáticos da neutralidade gostam de comparar a questão com o fornecimento de energia elétrica, que não obedeceria a nenhum crivo. Pois é… Quem disse que não? As empresas não pagam as mesmas tarifas dos consumidores comuns; estão submetidas, em muitos casos, a legislação especial e podem até recorrer ao mercado livre de energia. Mas que o mérito fique para outra hora.

Se, mais uma vez, a tal rebeldia do PMDB tirar do Poder Executivo os superpoderes para decidir sobre algo tão importante quanto a Internet, então, viva, de novo!, a rebelião peemedebista.

O problema é que tem gente que acha que o Congresso atrapalha a democracia. Eu acho que ajuda. “Ah, mas a gente queria um Congresso melhor!” Eu já sou diferente: querer mesmo, eu quero é um Congresso perfeito! Enquanto ele não chega, um Parlamento que exerce as suas prerrogativas é sempre melhor do que um que se omite.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.