Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Juiz intima “réu” Paulo Henrique Amorim a cumprir acordo judicial e a publicar retratação nos seus devidos termos

Eu não publico porque não quero por aqui os partidários do JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista), vocês sabem… Mas todo dia chegam manifestações mais ou menos assim: “Aí, hein… Depois que o Paulo Henrique Amorim ameaçou te processar, você (NR: eles misturam os pronomes, e esta é a menor das porcarias que fazem num texto…) […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h24 - Publicado em 5 mar 2012, 20h47

imagem-sentenca-heraldo

Eu não publico porque não quero por aqui os partidários do JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista), vocês sabem… Mas todo dia chegam manifestações mais ou menos assim: “Aí, hein… Depois que o Paulo Henrique Amorim ameaçou te processar, você (NR: eles misturam os pronomes, e esta é a menor das porcarias que fazem num texto…) parou de falar do caso Heraldo Pereira!” Parei? Então não fui avisado por mim mesmo. Não parei, não! Havendo novidade, cá estou! Não havendo, mas dando vontade, idem!

Bem, não vou aqui fazer memória longa da história, que vocês conhecem de sobejo. Um acordo judicial obrigava Paulo Henrique Amorim — sim, ele tem obrigações a cumprir — a publicar uma retratação em seu blog e em dois jornais: Folha e Correio Braziliense. Vocês se lembram: ele foi processado por Heraldo na área cível — há um outro processo na criminal, movido pelo Ministério Público Federal e já aceito pela Justiça — por ter afirmado que o jornalista é um “negro de alma branca”, entre outras delicadezas. Também afirmou que seu desafeto não tem outra razão para estar onde está, exceto o fato de “ser negro e de origem humilde”.

Pois bem: Amorim resolveu publicar a retratação no meio de textos que, na prática, reiteram tudo o que havia dito antes — só que, nesse caso, recorrendo a palavras de terceiros, claramente endossadas por ele. Também inventou um troço estapafúrdio: segundo ele, com a retratação — FEITA POR ELE, NÁO PELO OFENDIDO, É ÓBVIO —, Heraldo estaria admitindo que ele não é racista. Falso! O jornalista não admitiu nada. Até porque, advogado que também é, foi admitido como assistente de acusação no processo criminal.

Pois bem! O advogado de Heraldo voltou à Justiça para acusar o descumprimento do acordo judicial. Na imagem lá no alto, vai a sentença do juiz Daniel Felipe Machado, que intima o “réu” (ele é “réu”, o que faz questão de omitir) Paulo Henrique Amorim a:
1) fazer a retratação “ipsis litteris” e sem comentários no mesmo post;
2) publicar a retratação nos jornais que constam do acordo, “sem comentários no mesmo espaço”.

Continua após a publicidade

Relembro o conteúdo da retratação:
“Retratação de Paulo Henrique Amorim, concernente à ação 2010.01.1.043464-9:
Que reconhece Heraldo Pereira como jornalista de mérito e ético; que Heraldo Pereira nunca foi empregado de Gilmar Mendes; que, apesar de convidado pelo Supremo Tribunal Federal, Heraldo Pereira não aceitou participar do Conselho Estratégico da TV Justiça; que, como repórter, Heraldo Pereira não é nem nunca foi submisso a quaisquer autoridades; que Heraldo Pereira não faz bico na Globo, mas é funcionário de destaque da Rede Globo; que a expressão ‘negro de alma branca’ foi dita num momento de infelicidade, do qual se retrata, e não quis ofender a moral do jornalista Heraldo Pereira ou atingir a conotação de racismo.”

Jamais se esqueçam: Paulo Henrique escreveu e reiterou aquelas coisas por meio de terceiras pessoas tendo no alto da página a marca dos “Correios”, uma estatal. No momento, a sua homepage remete a ataques a Gilmar Mendes, um ministro do Supremo; a José Serra, um dos líderes da oposição, e, de novo!, a Heraldo Pereira com propaganda da Caixa Econômica Federal.

Isso quer dizer que uma estatal patrocina o ataque a um ministro do Supremo (e o que vai lá é ataque, não crítica); a um adversário do governo federal (e o que vai lá é ataque, não crítica) e, pasmem!, a um jornalista, de quem ele resolveu que poderia fazer certas cobranças porque seu alvo, afinal, é negro (e o que vai lá é ataque, não crítica). A Caixa já inventou um Machado de Assis branco e teve de se retratar. Agora, financia textos que, na prática, dizem que o negro Heraldo Pereira tem alma branca. Fosse uma tentativa de elogio, seria uma ofensa. Como é uma ofensa, então ofensa é.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.