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Gilberto Dimenstein vira esteio das pré-campanhas de Haddad e Chalita, com a ajuda de boa parte da imprensa

Gilberto Dimenstein deve estar rindo de orelha a orelha. Também o petista Fernando Haddad e o neopeemedebista e futuro qualquer coisa Gabriel Chalita. Afinal, o grande tema da pré-campanha eleitoral é o tal papel que o “síndico” apresentou para Serra assinar em 2004, comprometendo-se a ficar na Prefeitura. Era o que era e o que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h16 - Publicado em 21 mar 2012, 21h51

Gilberto Dimenstein deve estar rindo de orelha a orelha. Também o petista Fernando Haddad e o neopeemedebista e futuro qualquer coisa Gabriel Chalita. Afinal, o grande tema da pré-campanha eleitoral é o tal papel que o “síndico” apresentou para Serra assinar em 2004, comprometendo-se a ficar na Prefeitura. Era o que era e o que é: uma peça de propaganda a serviço do PT. E eu posso prová-lo.

O militante Dimenstein, por tudo o que escreve, não é eleitor de Serra — o que é um direito seu. Logo, não se pode dizer que tenha sido “traído”, não é? “Ah, mas fala em nome daqueles que foram!!!” É mesmo? Serra obteve, no primeiro turno das eleições à Prefeitura, pouco mais de 2,6 milhões de votos. Quando se candidatou ao governo de São Paulo, dois anos depois, obteve, só na cidade, mais de 2,9 milhões. Vale dizer: de um primeiro turno para outro, seu eleitorado se ampliou substancialmente — e deve haver aí uma avaliação sobre o seu ano e pouco de gestão na Prefeitura.

Assim, em nome de quem fala este Gilberto Dimenstein? Não em seu próprio, porque ele não é eleitor de Serra. Não é em nome dos que são, porque estes concordaram com a sua decisão. Essa pregação ridícula tem um único propósito: dar um discurso a Haddad e, na pior das hipóteses, a Chalita. Vocês já repararam que os dois não disseram até agora por que pretendem chegar à Prefeitura? Basta-lhes dizer que Serra não pode. Para ser justo: Chalita apresentou uma proposta, sim! Quer acabar com a inspeção veicular, embora ela seja um exigência federal. Haddad foi mais manso: quer fazê-la de graça, retirando recursos que poderiam ir para as áreas sociais para financiar, então, os que têm carro. Tudo muito progressista!

Dimenstein, não obstante, se cala.  Ora, se a maioria do eleitorado deixou claro que não considerava essa questão relevante, quem então a considerava e considera? Aqueles em nome de quem o “síndico” realmente fala, queira ou não: o eleitorado petista.
– Se Serra não se candidata em 2004, Marta teria sido reeleita para a Prefeitura;
– Se Serra não se candidata em 2006, Mercadante teria sido eleito governador de São Paulo.

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Logo, a militância ativa deste senhor em 2004 e em 2006, se bem-sucedida, tinha uma beneficiário direto: o PT. Neste ponto, uma pessoa ingênua, que ainda não alcançou a extensão da militância deste senhor, poderia objetar: “Mas Reinaldo, o certo é o certo, né? Pouco importa quem beneficie”. Claro que sim! Mas…
– quem disse que estar num cargo e se candidatar a outro é errado?;
– quem disse que é ilegal?;
– quem disse que é imoral?;
– quem disse que é ilegítimo?;
– quem disse que é, se quiserem, ruim para a cidade?

Serra foi governador de São Paulo, e isso fez um bem imenso para o estado.  Os petistas obviamente não acham. Por isso mesmo, dispõem das urnas para mandar o seu recado. E que se note: Dimenstein tem o direito de dar a opinião que quiser. O que é insuportável é emprestar esse arzinho de obviedade e de ciência ao que não passa de uma falácia autodemonstrável. E pode ser demonstrada assim:
QUEM QUER SERRA PREFEITO DE SÃO PAULO ACHA O PAPELZINHO DE GILBERTO DIMENSTEIN IRRELEVANTE E JÁ PERCEBEU SEU PAPELÃO. QUEM ACHA AQUILO RELEVANTE NÃO QUER E NUNCA QUIS SERRA PREFEITO, GOVERNADOR OU PRESIDENTE. Ou por outra: são os petistas – ou, agora, os, valha-me Deus!, “chalitistas”…

Para a sorte de Dimenstein, alguns petralhas analfabetos — e outros espertalhões — o consideram tucano, e ele pode, então, sair por aí a dizer: “Oh, os dois lados me acusam; então estou certo!” Não está, não! Ele pode, reitero, ter a opinião que quiser. Mas não tem o direito de criminalizar uma prática legítima da política, consagrada pelo regime democrático.

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“E por que Serra assinou, ainda que fosse um papel sem importância?”, indagará alguém. Porque era uma armadilha! Se não o fizesse, teria tido início ali uma campanha contra a sua candidatura — e isso independia de sua disposição de então. Entenderam a natureza do problema? Dimenstein teve a ambição de fundar ali, sozinho, ao arrepio do Congresso, um novo critério para qualificar ou desqualificar políticos.

Que boa parte da imprensa seja refém dessa pauta estúpida, isso diz um tanto destes dias. Enquanto isso, a imprensa vai fazendo a assessoria gratuita para Haddad e Chalita, como se nenhum deles tivesse passado nem respondesse por políticas públicas. Chega a ser vergonhoso! No noticiário, aparecem apenas como juízes da falha que Serra não cometeu.

É a turma do papelão se incomodando com o papelzinho.

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