No Estadão:
Ampliando o clima de confrontação, o Irã ignorou ontem as advertências da comunidade internacional e testou mais mísseis no Golfo Pérsico. Israel, por sua vez, alertou que está preparado para atacar as instalações nucleares do Irã. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, garantiu que os EUA defenderão seus aliados e protegerão seus interesses contra qualquer ataque.
As declarações foram em resposta aos testes com mísseis de médio e longo alcance iniciados pela Guarda Revolucionária do Irã na quarta-feira e às ameaças de um funcionário iraniano de que Tel-Aviv e os interesses americanos serão o primeiro alvo de uma retaliação se a república islâmica for atacada por causa de seu programa nuclear.
Condoleezza alertou que os EUA reforçaram sua presença para garantir a segurança na região do Golfo e, se necessário, não duvidarão em defender Israel e demais aliados. “Levamos muito a sério nossa obrigação de defender nossos aliados e temos a intenção de fazê-lo”, disse a secretária de Estado a jornalistas na ex-república soviética da Geórgia, onde encerrou uma visita de três dias ao Leste Europeu.
Ela não especificou que medidas foram tomadas para reforçar a presença americana no Golfo, mas disse que os planos estavam centrados na “intenção e determinação dos EUA de impedir que o Irã ameace nossos interesses e os de nossos amigos e aliados”. Na quarta-feira, o secretário de Defesa, Robert Gates, declarou que os EUA não estavam perto de um confronto com o Irã.
Em Jerusalém, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse que é a favor da pressão diplomática e das sanções contra o programa nuclear do Irã, mas ressaltou que Israel “não tem medo de agir”.
“Israel é o país mais forte da região e no passado demonstrou que não tem medo de agir quando seus interesses vitais de segurança estão em jogo”, disse Barak, durante uma reunião de seu Partido Trabalhista, de centro-esquerda. Ele assinalou, no entanto, que as reações dos inimigos “precisam ser levadas em consideração”.

Assinante lê mais aqui