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Dilma na Suécia: “Levy fica!”. Dilma em congresso da CUT: ouve “Fora, Levy” e se cala. Ou: Dilma sabota Dilma

Confesso que já passou o tempo em que Dilma Rousseff despertava a minha irritação. Agora, ela só me provoca preguiça intelectual — a mim e ao resto do país, o que é, claro!, um motivo a mais para deixar o cargo. Ela chegou àquela fase em que já não sabe o que faz e diz. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h17 - Publicado em 19 out 2015, 03h55
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  • Confesso que já passou o tempo em que Dilma Rousseff despertava a minha irritação. Agora, ela só me provoca preguiça intelectual — a mim e ao resto do país, o que é, claro!, um motivo a mais para deixar o cargo. Ela chegou àquela fase em que já não sabe o que faz e diz.

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    Neste domingo, em Estocolmo, na Suécia, na entrevista que concedeu, tratou da possibilidade de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixar a pasta como especulação da imprensa; como se ele não tivesse, de fato, pensado em sair, já que está sendo alvo de ações desestabilizadoras comandadas pelo PT, tendo ninguém menos do que Lula à frente.

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    Não só. Em entrevista à Folha deste domingo, Rui Falcão, presidente do partido, pregou a saída de Levy, a menos, disse que ele mude a política econômica. Falcão quer de volta o padrão Guido Mantega, aquele que quebrou o país. Instada a comentar as pressões pela saída do ministro, leiam o que disse Dilma a jornalistas:
    “Eu acho que o presidente do PT pode ter a opinião que quiser, mas não é a opinião do governo. A gente respeita a opinião do presidente do PT, mas isso não significa que seja a opinião do governo (…). Se eu lhe disse que não é opinião do governo [a de Rui Falcão], o ministro Levy fica. (…) Se ele fica, é porque concordamos com a política econômica dele”.

    Indagada sobre a conversa que teve com Levy na sexta, depois de o ministro ter, sim, ameaçado sair, ela afirmou, informa a Folha:
    “Vou falar uma coisa para vocês: há um nível de invenção de conversas que não é verdade. É absurdo dizer que nós tratamos disso na reunião. O que nós conversamos foi fundamentalmente sobre quais são os próximos passos e qual é a nossa estratégia no sentido de garantir que se aprovem as principais medidas que vão levar ao equilíbrio fiscal. Nem tocou nesse assunto [saída], não tinha nenhuma insatisfação dele, até porque essa entrevista [Rui Falcão] não tinha ocorrido, não sei como saem essas informações, e que são danosas, porque de repente aparece uma informação que não é verdadeira”.

    Dilma negou ainda que Lula lhe tenha pedido a cabeça de Levy.

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    Então vamos ver. O chefão do PT vive, sim, cobrando a demissão do ministro, em público e em privado. E ela tratou dessa possibilidade com o titular da Fazenda na sexta. Logo, a imprensa, nesse caso, cumpre o seu papel ao informar.

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    De resto, na terça-feira, dia 13, Dilma compareceu ao congresso da CUT. Discursou e vituperou contra a oposição. Antes, durante e depois do seu discurso, a plateia de sindicalistas gritou “Fora, Levy”, e a presidente sabia que era esse um dos itens da pauta da “companheirada”. Ouviu a gritaria e ficou calada, preferindo vociferar contra golpistas inexistentes.

    Quando Lula discursou, ela já tinha saído, mas o Babalorixá de Banânia não teve dúvida: esconjurou o ministro da Fazenda e sua política econômica, e, mais uma vez, a plateia gritou “Fora, Levy”.

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    Em março deste ano e, um pouco depois, em maio, escrevi aqui que Lula e o PT eram as forças de desestabilização de Dilma. Eram e são. Mantenho a leitura. Mas, hoje, como se nota, é Dilma quem mais sabota Dilma.

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    Uma presidente da República comparecer ao congresso de uma central sindical que tem como pauta guilhotinar seu ministro da Fazenda é, para dizer pouco, um ato irresponsável.

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    A imprensa, nesse caso, noticia o que sabe e não concorre para derrubar Levy. Quem compareceu a um ato de sabotagem contra o ministro da Fazenda foi a sua chefe!

    Dilma deveria ter declarado no congresso da CUT, no dia 13, que Levy fica, em vez de oferecer essa garantia em Estocolmo, na Suécia. Que sentido faz reforçar o ministro em solo estrangeiro e contribuir com a sabotagem contra seu próprio auxiliar em solo nativo?

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    Dilma perdeu o eixo faz tempo.

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