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Desastre histórico 12 – O triunfo do raciocínio mágico e da burrice. Ou: Macumba lógica

Na segunda, no programa diário “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan (entre 18h e 19h; volta ao ar nesta quinta, em horário normal), esculhambei a tese cretina que vi esposada em muitos lugares segundo a qual a saída de Neymar até poderia representar um ganho para a Seleção Brasileira. O raciocínio estúpido […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h32 - Publicado em 9 jul 2014, 05h55

Na segunda, no programa diário “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan (entre 18h e 19h; volta ao ar nesta quinta, em horário normal), esculhambei a tese cretina que vi esposada em muitos lugares segundo a qual a saída de Neymar até poderia representar um ganho para a Seleção Brasileira. O raciocínio estúpido e mágico se sustentava em dois pilares:
a) componente psicológica – o desagravo ao nosso melhor jogador e o sentimento de unidade nacional gerado por sua contusão estimulariam os nossos guerreiros, que, então, lutariam ainda com mais garra;
b) componente técnica – por motivos insondáveis, a ausência de Neymar tornaria cada jogador mais compenetrado e ciente das suas obrigações, o que obrigaria o time a jogar um futebol mais eficiente e solidário.

Obviamente, nada disso aconteceu. Eu, aborrecidamente lógico que sou, considero que, com a possível exceção de Fred, menos nunca é mais, a não ser quando se somam ou se multiplicam entre si grandezas negativas. Se Neymar é nosso melhor jogador e se ele é o único da Seleção que lembra um armador, caso ela saia, a Seleção ficará, obviamente pior.

Mais: como eu não tinha percebido — nem eu nem ninguém — a existência de algum esquema tático de Felipão que não fosse Neymar, a sua saída implicava ficar sem nada. Some-se a isso a ausência de Thiago Silva — esta, sim, muito mais devastadora para o jogo desta terça —, e temos, então, o “Mineiraço”. Explico a referência a Fred, que estava em campo não por culpa sua, diga-se, mas de Felipão: ele atuou na Seleção como massa negativa. Tê-lo era como jogar não com 10, mas com nove jogadores. Era a soma que subtraía. Onde se pensava haver um centroavante, havia apenas alguém lutando contra sei lá que demônios do futebol. Não é que ele não tenha ajudado; ele atrapalhou.

Enquanto o futebol — e o mesmo vale para o país — se deixar perder nessas bobagens, não vamos muito longe, não. É possível que até Felipão tenha caído presa da armadilha: “Ah, vamos fazer do limão uma limonada”. E aí meteu Bernard e Hulk para correr pelas pontas, deixou a armação para David Luiz, e aí foi a zaga que entrou em parafuso. Quando o ataque não marca, a zaga está em pânico e não existe meio-campo, o resultado de 7 a 1  é até barato. Todos vimos que, num dado momento, a Alemanha decidiu parar. Um dos jogadores concedeu uma entrevista e chegou praticamente a se desculpar. Falava a sério. Não era arrogância.

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Patético
Na entrevista coletiva que concedeu, perguntaram a Felipão por que ele deu a entender, no treino, que Bernard não estraria, que ele armaria um time um pouco mais defensivo e adensado no meio-campo, e depois fez o contrário. Ele respondeu que agiu daquele  modo porque a imprensa estava no treino, e ele não queria entregar seus segredos.

Ah, bom! Felipão guardava uma surpresa a sete chaves: a derrota por sete a um contra a Alemanha. De tudo o que ele disse na entrevista, concordo com uma coisa: ele é o principal culpado.

Para encerrar, meus caros, reitero a máxima de que macumba, ela mesma, nunca fez ninguém ganhar jogo. Mas também não consta que faça perder. Já as macumbas lógicas, ah, essas conduzem a grandes desastres: no futebol, na política e na vida.

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