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Daqui a pouco, Dilma vai dizer que não conhece Erenice. Ou: um governo que confunde política com crime

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, esteve ontem na Associação comercial do Rio. Era a ministra da Casa Civil, chefe de Erenice, quando os dois — até agora conhecidos! — escândalos aconteceram na pasta. Alguém indagou como ela poderia NÃO ser envolvida no caso. Respondeu o seguinte (vi no Jornal da Globo): “Eu […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h13 - Publicado em 17 set 2010, 07h55
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  • A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, esteve ontem na Associação comercial do Rio. Era a ministra da Casa Civil, chefe de Erenice, quando os dois — até agora conhecidos! — escândalos aconteceram na pasta. Alguém indagou como ela poderia NÃO ser envolvida no caso. Respondeu o seguinte (vi no Jornal da Globo):

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    “Eu não estou envolvida nesse caso. Não é ‘como eu não posso’. Ao contrário: como eu estou envolvida nesse caso? Aonde (sic) está a prova de que eu esteja envolvida nesse caso? É importante, no Brasil, que a gente não perca, né?, a referência das conquistas da civilização. Tem de provar que você fez, e não você provar que não fez”.

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    É, num tribunal, é isso mesmo! Por isso, diga-se, Fernando Collor, atual aliado de Dilma (aliás, em 1992, ela era aliada dele), foi inocentado no STF. Mas perdeu o mandato e os direitos políticos mesmo assim. Dilma confunde responsabilidade criminal, que é uma outra fase ou lado da questão, com responsabilidade política. E convém não confundir as coisas. Por enquanto, candidata, dá para assegurar uma coisa: a responsabilidade política é sua, sim! Erenice gozava de sua mais absoluta confiança — tanto que foi guindada ao posto de titular da Casa Civil com a sua saída. O lobby estava incrustado no ministério.

    Dilma lembrando as “conquistas da civilização”??? Não tentar destruir a reputação de antecessores e não reescrever a história é uma conquista da civilização. Não chamar a agressão a uma Constituição democrática de “factóide” é uma “conquista da civilização”. Não endossar um discurso que pede a eliminação de um partido de oposição é uma “conquista da civilização”. Não usar a máquina pública a serviço de uma candidatura é uma “conquista da civilização”. Sempre gosto quando políticos dizem, em tom de censura, “No Brasil, a gente precisa…” Fica parecendo que brasileiros são sempre os outros.

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    Ainda que os dias que correm não ajudem muito, convém Dilma não confundir política com polícia, responsabilidade política e funcional com responsabilidade criminal, urna com tribunal.

    Ademais, em fevereiro, o consultor Rubnei Quícoli denunciou, em e-mail enviado à Casa Civil, a existência de um lobby operando dentro da Casa Civil. Dilma era a chefe. Vamos ser claros: fosse ela a ministra, e estourasse um escândalo desse, teria de ser demitida junto com Erenice. Como é a candidata que lidera as pesquisas,  pode se tornar, em vez de desempregada, presidente da República. Com Lula, ela já aprendeu a lição nº 1 do bom petista”: dizer “Eu não sabia!”. A nº 2 é culpar a vítima. A nº 3 é afirmar que foi o PSDB que começou.

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    Conquistas da civilização…

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