O deputado Marco Maia (PT-RS), relator da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, sai da obscuridade para ser coveiro de luxo dos 353 corpos dos acidentes da Gol e da TAM. Concluiu um relatório indecente em que não pede o indiciamento de nenhum diretor da “Ananarc”, a Agência Nacional de Anarquia Civil. No máximo, recomenda ao Ministério Público que aprofunde as investigações. Pergunta imediata: por que, então, não aprofundou ele próprio? O dado mais escandaloso é que ele acredita ser preciso mais apuração sobre a tal portaria que vetava pousos em Congonhas, com pista molhada, sem o pleno uso dos mecanismos para fazer parar o avião — vale dizer: ele não podia estar com um dos reversos inoperante, como era o caso. À Justiça de São Paulo, a Ananarc afirmou que a portaria valia — o que levou à liberação da pista; à CPI, a então notória Denise Abreu Abreu disse que não valia. Nota: qualquer que tenha sido a razão do acidente, se a medida tivesse sido aplicada, o acidente não teria acontecido naquela pista ao menos, sem área de escape.
Ele vê ainda indícios de improbidade administrativa no festival de concessões de passagens aéreas aos ex-diretores, mas também quer mais investigação e tal. Já no que diz respeito ao avião da Gol, aí ele não tem dúvida: os pilotos americanos do Legacy têm de ser indiciados. Vocês sabem: petistas são durões com americanos. Também pede o indiciamento dos controladores daquele dia. Vocês sabem: petistas são durões com funcionários de baixo coturno.
PT, teu nome é impunidade.