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CÉZAR BRITTO, PRESIDENTE DA OAB: APENAS UM HOMEM SOCIALISTA

Lembram-se do doutor Cézar Britto? É aquele advogado que preside o conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Ora, o que se espera de um presidente da OAB? A minha expectativa é, digamos, convencional: que ele defenda o estado democrático e de direito. Desculpo-me com os leitores se isso lhes parece conservador demais, aborrecido […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h07 - Publicado em 11 jan 2010, 17h05

Lembram-se do doutor Cézar Britto? É aquele advogado que preside o conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Ora, o que se espera de um presidente da OAB? A minha expectativa é, digamos, convencional: que ele defenda o estado democrático e de direito. Desculpo-me com os leitores se isso lhes parece conservador demais, aborrecido demais. Cézar Britto, a gente nota, é mais avançadinho.

Socialismo
O valente é sócio de um escritório de advocacia em Sergipe — em tempo: ele é sobrinho do ministro Ayres Britto, do STF, não irmão, filho ou o que seja. O nome fantasia do escritório? É um mimo da demagogia: “Advocacia Operária”. O site, se vocês quiserem visitar, está
aqui. Encontra-se na página o link “Escritório”. E foi ali que li coisas realmente encantadoras. O escritório do doutor Britto deixa claro que não tem compromisso com a ordem institucional vigente. Seu objetivo, acreditem, é construir a sociedade socialista. Está escrito lá:
“Como consta expressamente da sua Exposição de Motivos, o escritório de advocacia nasceu com um claro objetivo de “não ser um mero órgão burocrático de assistência jurídica inserido no âmbito das relações judiciais comuns”. Ao contrário, tinha e tem, “acima de tudo um projeto, uma concepção ideológica, um ideal de vida”. Tanto assim o é que se definiu, de logo, que a função do advogado inserido no escritório deveria ser  “compreendida como uma tarefa de um operário preocupado, como os demais, em construir uma sociedade socialista, livre e democrática, enfim, exercer uma advocacia claramente operária”.

Mundo real
E quais são as vinculações do escritório do doutor Britto com o “mundo real”? Deixemos que eles próprios falem:
“Eis porque se buscou registrar como palavra-chave  a DEFESA de uma sociedade ainda quimérica, não existente no mundo real, rompendo, assim, com a busca da manutenção do status quo como instrumento de equilíbrio social. Da mesma forma, escolheu e elegeu a classe que pretende assessorar na luta rumo ao socialismo, a CLASSE TRABALHADORA.”

Onde ganha o pão
Vocês sabem que, para dividir o pão numa “sociedade socialista”, forçoso é que se ganhe o pão primeiro, não é mesmo? E qual é o, vamos dizer, “target” do escritório do nosso valente presidente da OAB? Leiam:
“Para cumprir a sua finalidade, o escritório tem priorizado o seu trabalho de assessoria sindical, acompanhando e auxiliando as negociações coletivas, participando das reuniões das direções sindicais e das assembléias das categorias, criando, assim, um vínculo ideológico e profissional profundo e comprometido com a classe trabalhadora. Definiu, portanto, como áreas de atuação a trabalhista, sindical, administrativa, acidentária e previdenciária – todas relacionadas à defesa do trabalhador.”

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O PT tem o controle dos sindicatos, como todo mundo sabe. E isso, evidentemente, ajuda a explicar o constante alinhamento das teses do Dr. Britto com as teses do petismo, que, no caso, está no poder. Outro trecho do universo utópico destes socialistas ajuda a entender muita coisa. Referindo-se a como enxerga as instituições, assegura o escritório do doutor Britto:
“Na Exposição de Motivos também se ressaltou que o escritório assumiria, como efetivamente tem assumido,  ‘um papel crítico da função jurisdicional do Estado, e, como tal, esclarecendo a classe trabalhadora sobre sua real atuação, impeditiva, inclusive, dos desenvolvimentos de mecanismos de auto-defesa e auto-composição dos conflitos coletivos de trabalho’”.

Traduzindo isso para o português, significa que o escritório do doutor Britto considera que a ordem jurídica vigente atrapalha a classe trabalhadora.

Agora entendo por que ele defende a revisão da Lei da Anistia, ignora o fato de que os crimes que quer punir já prescreveram e se alinha com aqueles que querem proceder a uma revisão seletiva do passado.

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Faz, ocupando um cargo que tem uma óbvia dimensão pública, aquilo que promete fazer em sua banca privada: proselitismo contra a ordem — que, no caso, é democrática e de direito, até onde se sabe.

Na vida privada, a escolha deve estar rendendo um leite de qualidade para as crianças, uma vez que a república sindical não deve deixar o escritório Advocacia Operária sem clientes. Na OAB, o senhor Britto está contribuindo para a depredação do estado emocrático e de direito.

Ou por outra: a ideologia, que deve lhe render uma vida digna como homem privado, contribui, na sua atuação pública, para rebaixar as instituições, o que torna menos digna a vida da coletividade. Eu não disse que era irrelevante se ele tingia ou não os cabelos? Eu disse!

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