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As UPPs do Rio são tão fantásticas que diluem até a lógica. Ou: Beltrame resolveu tirar um sarrinho da nossa cara!

Depois de apresentar uma reportagem sobre a explosão de homicídios na Bahia (já falo a respeito),  o Jornal Nacional também trouxe a reportagem sobre a tal ocupação pacífica de favelas promovida ontem pela polícia do Rio para a futura instalação de UPPs. Segundo o Jornal, já são mais de 600 mil pessoas beneficiadas por esse […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h54 - Publicado em 7 fev 2011, 21h17
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  • Depois de apresentar uma reportagem sobre a explosão de homicídios na Bahia (já falo a respeito),  o Jornal Nacional também trouxe a reportagem sobre a tal ocupação pacífica de favelas promovida ontem pela polícia do Rio para a futura instalação de UPPs.

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    Segundo o Jornal, já são mais de 600 mil pessoas beneficiadas por esse tipo de policiamento. Muito bom! E, como se sabe, isso se deu quase sem prender bandidos. É o chamado “Milagre de Cabral”, de que José Mariano Beltrame, secretário de Segurança, é o intercessor.

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    Como a polícia avisa com antecedência que haverá a ocupação, e não se cria nenhum esquema para eventualmente prender os traficantes em fuga ou apreender drogas, algumas pessoas que ainda não perderam o sendo de ridículo e o apreço pela lógica se perguntam: “Mas para onde vão os bandidos?”

    Com ar involuntariamente maroto. Beltrame apareceu há pouco no Jornal Nacional e tentou responder. Leiam com atenção:
    “Dizem que há esta migração [de bandidos das áreas ocupadas para outra]. Se há esta migração, eles ainda não repercutem nos índices de criminalidade”.

    É espantoso! Acompanhem:
    – as UPPS só serão instaladas nas comunidades porque se considera que estão dominadas pelo narcotráfico;
    – se estão dominadas pelo narcotráfico, é porque existem narcotraficantes;
    – se narcotraficantes estão lá e se a política não encontra ninguém, das duas uma:
    a) ou eles migraram;
    b) ou ficaram lá e não foram presos.

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    Assim, na melhor das hipóteses, Beltrame lhes deu a chance de fugir; na pior, sua polícia fez um acordo com a bandidagem.

    Ora, voltemo-nos para a sua fala: “Dizem que houve esta migração (…) Se há esta migração (…)”. Qual é a dúvida de Beltrame? Não tendo havido a migração, de novo, das duas uma:
    a) ou não havia bandidos lá, e isso está descartado;
    b) ou havia, lá eles ficaram e agora estão mais felizes do que antes porque, então, fazem o tráfico sob a proteção da polícia.

    Nunca houve mistificação como essa! E ela vai se estender até a Copa do Mundo pelo menos. Na pior das hipóteses, até a Olimpíada. Pode até ser que os índices de criminalidade do Rio diminuam, mas os estados fronteiriços terão de fechar suas fronteiras. Aliás, seria conveniente que começassem a pensar em algo parecido desde já.  No melhor dos mundos, o Milagre de Cabral expulsa os bandidos para outros estados; nem presídios precisa construir!

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