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As outras violências do discurso de Lula

Na entrevista coletiva de ontem, Lula disparou duas outras grosserias de que acabei não tratando aqui, Indagado sobre o salário mínimo de R$ 600, afirmou que isso “era coisa do Serra”. De fato, essa era uma das propostas do candidato tucano. A um presidente da República é lícito afirmar que considera a proposta ruim por […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h44 - Publicado em 4 nov 2010, 06h59
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  • Na entrevista coletiva de ontem, Lula disparou duas outras grosserias de que acabei não tratando aqui, Indagado sobre o salário mínimo de R$ 600, afirmou que isso “era coisa do Serra”. De fato, essa era uma das propostas do candidato tucano. A um presidente da República é lícito afirmar que considera a proposta ruim por esse ou por aquele motivo. Só não pode dizer isto, como fez: “Tem gente que ainda trata o povo como se fosse uma boiada, sabe? Toca o berrante, o povo vai atrás. Não é mais assim, não! O povo tá sabido! O povo tá esperto”. Nem vou perder tempo aqui em analisar o estilo de Lula na sua relação com o “povo”. Só lhe falta um berrante. Chamo a atenção para o grotesco desrespeito com o adversário e, o que é espantoso, com os seus eleitores! Os quase 44 milhões que escolheram Serra comportaram-se, então, como… gado! Não é que Lula satanize apenas os adversários; ele ataca até seus eleitores. Brinquei uma vez que este senhor gosta tão pouco de oposição que é contra até a do Irã…

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    Achou pouco. Minutos depois, ao negar que já seja candidato em 2014, fez uma ironia com a delicadeza que lhe é peculiar, e os seus interlocutores, os jornalistas, acharam engraçado: “É muito pequeno, neste momento, a gente estar discutindo 2014. A gente deveria estar discutindo 2011. [Vamos deixar] para discutir as eleições um pouco mais pra frente. Porque, senão, vai ter um enxurrada de bolinhas de papel batendo nas nossas cabeças até 2014, e nós não queremos isso”.

    Evidentemente, Lula está se referindo àquela delinqüência contra Serra, de que a bolinha de papel foi só uma verdade usada como farsa para esconder as duas agressões mais graves: uma foi o outro objeto que lhe acertou a cabeça; a outro foi a agressão institucional — que não foi praticada pelo vagabundo daquela hora, mas pelo presidente da República. Em vez de condenar o malfeito, preferiu atacar a vítima. Ontem, ele relegou a vilania à condição de piada. Para quem trata a oposição como inimiga do Brasil, não estranha que uma vez mais tente ridicularizar o agredido.

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