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A MENTIRA GROTESCA DO PAC EM NÚMEROS

Demorei um pouco porque precisei mergulhar no inferno da mistificação. Chamei, desde o primeiro dia, o tal “PAC” de “PACtóide”, remetendo à palavra “factóide”, aquilo que não existe, ilusionismo para enganar trouxa. Em que consistiu a mais formidável mentira deste governo até hoje? 1 – Chamou-se PAC ao conjunto de obras realizadas no país; 2 […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h09 - Publicado em 2 jun 2010, 17h03
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  • Demorei um pouco porque precisei mergulhar no inferno da mistificação.

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    Chamei, desde o primeiro dia, o tal “PAC” de “PACtóide”, remetendo à palavra “factóide”, aquilo que não existe, ilusionismo para enganar trouxa. Em que consistiu a mais formidável mentira deste governo até hoje?
    1 – Chamou-se PAC ao conjunto de obras realizadas no país;
    2 – entraram na conta do PAC as obras tocadas por empresas privadas, as obras das estatais e aquelas financiadas pelo Orçamento;
    3 – o PAC nunca significou “dinheiro a mais”, suplementar;
    4 – o que o PT fez foi submeter todas as obras do Brasil a uma variante do “centralismo democrático”.

    Pois bem. Fez-se hoje um novo balanço do PAC. Atenção! Estamos falando do PAC UM. Na sua megalomania marqueteiro-patológica, Lula já lançou o DOIS. Trata-se de uma salada formidável de números. SE O LEITOR QUER “NÃO ENTENDER NADA”, SUGIRO QUE VISITE TODOS OS SITES DOS GRANDES VEÍCULOS. CADA UM ATIRA PARA UM LADO. DEPOIS VÁ À AGÊNCIA BRASIL, COM A NOTÍCIA TODA PICOTADA EM PÍLULAS, COM O GOVERNO SEMPRE NO PAPEL DE EFICIENTE TOCADOR DE OBRAS.

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    Isso é um tática. Joga-se uma maçaroca de dados no colo dos jornalistas, que saem desesperados tentando entender o que significa aquela zona vazada num misto de “militantês” com “tecnocratês”.
    Vamos ver:
    1 – As obras “concluídas” do PAC somam R$ 302,5 bilhões de um total previsto de R$ 656,5 bilhões — ou 46,1%;
    2 – Diz o governo que a execução financeira totaliza R$ 463,9 bilhões — ou 70,7% do total. Que bom, né? Pois é. Nesse total, estão incluídos:
    – R$ 154,5 bilhões de investimento das estatais – 33,23% (a quase totalidade deve ser da Petrobras);
    – R$ 98,1 bilhões de  investimento do setor privado;
    – R$ 157,9 bilhões de financiamento habitacional a pessoas físicas;
    – R$ 41,8 bilhões de investimentos do Orçamento Geral da União;
    – R$ 5,2 bilhões de financiamento ao setor público;
    – R$ 6,4 bilhões de contrapartidas de estados e municípios

    Dilma pode não ter dançado o “rebolation-tion-tion”, mas é mestra no “enrolation-tion-tion”. Pergunta-se: as estatais, e quase tudo é da Petrobras, não investiriam não fosse o “PAC”? E o setor privado? Os R4 157,9 bilhões do tal “financiamento habitacional a pessoas físicas”, num plano de “aceleração” do crescimento, querem dizer exatamente o quê?

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    EIS A PROVA: NÃO EXISTE!
    Os números provam o óbvio: o PAC não existe. O que isso quer dizer? Que não existem obras? Ora, claro que sim! Não estariam sendo tocadas, por acaso, sem esse nome-fantasia?

    O PAC deveria ter sido um esforço concentrado para realizar mais do que se realizaria sem ele, certo? Como se entregou menos da metade, supõe-se que o esforço concentrado ou não deu em nada ou funcionou como ação negativa. E esse menos da metade, como se nota, foi garantido pelas estatais e pelo setor privado.

    Estamos diante de especialistas na arte de iludir. Sendo verdadeiros os números, em que resultou, até agora, a fantástica obra do PAC? Dos anunciados R$ 656,5 bilhões do “programa”, só 6,36% foram efetivamente tocados com recursos do Orçamento Geral da União — ou 9% do que o próprio governo considera efetivamente investido.

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