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Por Robson Bonin
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Série da Globoplay afetou negativamente o Carnaval, diz diretor da Liesa

Chefe do marketing da Liga das Escolas de Samba do RJ explica estratégias da associação para dar credibilidade aos negócios

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 16h55 - Publicado em 12 jan 2024, 16h01

Um dos grandes sucessos de audiência do streaming em 2023, a série documental do Globoplay Vale o Escrito — A Guerra do Jogo do Bicho, é negativo para o “posicionamento do Carnaval”, diz o diretor de marketing da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Gabriel David. 

Ele é um dos entrevistados da série, mas diz que não falou sobre “a guerra do jogo do bicho”, mas, sim, sobre o Carnaval. Filho de um dos principais personagens do documentário, o contraventor Anísio Abraão David, Gabriel afirma que não sabia das histórias que foram relatadas na obra “porque a maioria delas aconteceu antes de eu nascer”. 

Há três anos à frente do marketing da Liesa, Gabriel promoveu uma série de mudanças que, em sua visão, contribuíram para a credibilidade do Carnaval e reafirmaram o protagonismo das escolas de samba. Como mostrou o Radar, a Liga deu exclusividade à venda de ingressos à Ticketmaster e, neste ano, vai fazer o repasse recorde às agremiações do grupo especial, cerca de 10 milhões de reais para cada

Confira trechos da conversa com o diretor de marketing da Liesa, Gabriel David.

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No ano passado, saiu um documentário que circulou bastante, ao qual você inclusive deu entrevista. A série afetou a credibilidade do Carnaval?

Eu não dei uma entrevista para um documentário que falaria sobre guerra do jogo de bicho, até porque eu não tenho nada a ver, não conhecia praticamente nenhuma das histórias que estavam ali porque a maioria delas aconteceu antes de eu nascer. Eu dei uma entrevista justamente falando sobre o Carnaval, porque eu entendo de entretenimento, nunca trabalhei com jogo na minha vida nem tenho essa pretensão. 

E obviamente, da forma como o documentário foi colocado, afetou negativamente o Carnaval e as instituições de escolas de samba. O documentário, do ponto de vista de entretenimento, é excelente. Para o posicionamento do Carnaval, ele é muito negativo, porque retratou o lado negativo das escolas. Não só das escolas, mas de algumas pessoas que já passaram pelas escolas.

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O que eu sempre enfatizei é que as escolas têm um grande trabalho social, que muitas vezes nem o Estado consegue. Várias ações que os governos usaram as escolas de samba para chegar ao povo, para passar comunicação, interatividade com o povo. Foi assim na pandemia, por exemplo.

O nosso objetivo, desde que a gente entrou (na Liesa) três anos atrás, é mostrar a importância dessa instituição para a história do Carnaval, para a história da cidade do Rio de Janeiro, para a história do estado do Rio de Janeiro, para a história do Brasil. Então, esse resgate de credibilidade não vem só através de comunicação, ele vem através de boas atitudes.

A publicização dessa relação do dinheiro da contravenção com as escolas mudou de alguma forma esse resgate da imagem que você tem proposto? 

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Dificilmente o Carnaval teria a escala e o tamanho que tem globalmente se não tivesse sido o dinheiro da contravenção. Hoje em dia, o Carnaval é 100% sustentável, já há algum tempo, desde bem antes de eu entrar na Liga. O poder público hoje em dia respeita e investe no Carnaval porque entende o retorno, principalmente em impostos que o Carnaval dá. Mas no passado não era assim. O Carnaval, os sambistas eram vistos como pessoas marginais, como pessoas excluídas da sociedade. Como a maioria da população preta e pobre de todo o Brasil.

O que a Liesa fez para chegar, neste ano, ao recorde de repasse às escolas?

Fomos retomando parte do controle sobre o evento, através desse novo modelo de negócio, o que permite que a gente venda, com mais propriedade e com mais valor para os patrocinadores, os ativos do Carnaval. Como, por exemplo, o dinheiro de cerveja. O que a gente fez foi unificar isso tudo para gerar um valor de exclusividade. É um contrato com a Ambev, então só vendem produtos da Ambev e a única cerveja ativada e comunicada no Carnaval é a Brahma. Isso gera um valor de mercado e, obviamente, a gente também consegue, através disso, ter um controle sobre essa receita de patrocínio, que antes era dispersa.

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A gente fez essas mudanças para poder gerar esse valor, para poder fazer essa receita chegar diretamente às escolas de samba, e para poder ganhar credibilidade no mercado, de uma forma mais adaptável ao mercado atual, de entregas, de potenciais ativações de marca, e de ganho, de fato, para esse patrocinador.

Então, tem uma série de receitas, eu posso destacá-la para vocês: receitas de vendas, comerciais, do incentivo do poder público, e receitas também oriundas de direito de imagem, de transmissão. Essas são as quatro principais receitas do Carnaval.

Quais são os outros contratos com exclusividade no Carnaval?

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A gente fez também um contrato de tiqueteira, até antes do da Brahma. É um contrato comercial, mas que mexe muito com vendas. Foi com a Ticketmaster. O que a gente fez em vendas foi, de novo, agrupar a venda total, porque você tem a movimentação financeira total para ser agrupada. Isso tem um valor muito importante, né? 

Uma tiqueteira, quando ela busca um evento, busca justamente pela credibilidade, pela notoriedade, pela fama, mas principalmente pela movimentação econômica desse evento. Afinal de contas, uma tiqueteira está lidando diretamente com essas ações financeiras. E o Carnaval é muito expressivo nisso, mas ele é ainda mais expressivo quando você tem a totalidade de todas as movimentações, de todos os camarotes, de todas as arquibancadas, de todas as frisas. E foi isso que a gente fez. A gente agrupou tudo isso.

Quando acontece qualquer problema no evento, a Liga sempre é acionada. Então, a Liga precisa ter controle porque é o direito dela. Ela paga pelo erro, então ela também tem que ter o bônus disso. 

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