O presidente da Embratur, Gilson Machado, participou na tarde desta quarta de uma live ao lado de ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves. O título do debate era “Direito à vida e dignidade”.
Nos 50 minutos de debate, foram muitos os temas tratados, de pedofilia à prostituição, mas nada digno de nota, até que Gilson Machado resolve dar sua opinião sobre a peça “O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu”, que foi encenada em Pernambuco dois anos atrás. Jesus, na produção, seria homossexual, o que serviu de deixa para a pregação do burocrata do turismo contra os gays, ironicamente o público que mais movimenta o setor — estimativa é de que público LGBT represente 10% dos viajantes no mundo.
Machado começou dizendo que a linha entre o sagrado e o profano não é tênue, “é grossa”. Na sequência elaborou o seguinte raciocínio. “Essa linha foi rompida, porque querer impor sua sexualidade perante a grande maioria de cristãos brasileiros é abominável. E, outra coisa: eu não tenho nada contra quem usa seu orifício rugoso infra-lombar para fazer sexo. Mas querer impor a sexualidade a uma grande maioria de cristãos e querer desvirtuar a forma que Jesus Cristo veio à Terra… Está escrito na Bíblia: Jesus Cristo nasceu, cresceu, foi crucificado e ressuscitou em forma de homem. Maria, sim, essa foi uma grande mulher, que acompanhou todo seu sofrimento”, disse Machado.
Percebendo o descalabro do seu pensamento, não do conteúdo, mas da situação em que foi proferida, na presença de Damares Alves, Machado pediu desculpas por seu “desabafo”. A ministra, responsável pelas políticas de defesa das minorias, não fez qualquer comentário.
Em 2019, Jair Bolsonaro disse que o Brasil “não poderia ser o país do turismo gay”. O figurino de Machado se ajusta ao do chefe, como se vê. A fala do presidente da Embratur está no vídeo abaixo, a partir dos 25 minutos. Dura 1 minuto.