Depois de o Radar revelar nesta segunda que o chefe da PGR, Augusto Aras, descartou investigar Jair Bolsonaro por supostos crimes no caso dos cheques de Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro, a PGR divulgou nota sobre o caso.
No texto, a procuradoria afirma que Aras “manifestou-se pelo arquivamento da notícia-crime porque os únicos elementos trazidos ao seu conhecimento foram reportagens da imprensa, publicadas em agosto de 2020, sobre cheques que teriam sido depositados na conta da primeira-dama entre os anos de 2011 e 2016”.
“Aplica-se o direito avaliando fatos e provas. Na representação que chegou à PGR, formulada por um cidadão que já representou contra centenas de autoridades da República, havia a descrição de supostos fatos sem o devido acompanhamento das provas, conforme a análise da assessoria criminal do Gabinete do Procurador-Geral”, diz a PGR.
No texto, a procuradoria ainda destaca que a imprensa já mostrou que “os elementos de prova sobre os cheques estão em poder do Ministério Público do Rio de Janeiro e já foram apreciados por aquele órgão, que até o momento não os remeteu à PGR”.
“Isso significa que o MPRJ entendeu que não há indícios de crime praticado por autoridade com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal”, afirma a procuradoria.
A procuradoria afirma ainda que não enterrou a apuração sobre os cheques depositados, “pois nada impede que as investigações, na origem, possam prosseguir”.