Até esta terça, a decisão da procuradora Luciana Loureiro, de abrir investigação criminal para apurar possível corrupção na operação do governo que comprou a vacina indiana Covaxin com sobrepreço de 1.000% seguia na primeira instância do MPF.
Em despacho no dia 16, a procuradora argumentou que a “omissão de atitudes corretivas” e o elevado preço pago pelo governo nas doses tornam a investigação criminal inevitável.
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O contrato foi firmado pela gestão do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde com um atravessador enrolado em escândalos de corrupção no governo. Um servidor admitiu pressão fora do normal para que o governo fechasse a operação.
O que arrastará Bolsonaro para a crise? Uma canetada da procuradora despachando o caso ao gabinete de Augusto Aras na PGR. Se a procuradora entender que há elementos para suspeitar da conduta de figuras com foro privilegiado, caso do presidente, aí a coisa mudará de figura e colocará o Planalto no centro do potencial escândalo.
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Enquanto a investigação seguir no gabinete da procuradora, a coisa não preocupará o palácio. “Como Pazuello não tem mais foro especial, sua situação não motiva a subida das investigações. Se a coisa subir é porque chegou a Bolsonaro”, diz uma fonte do MPF.