O impasse na CPMI do 8 de Janeiro
Oposição questiona a composição do colegiado, o que pode atrasar a sua instalação
Quase duas semanas depois de Rodrigo Pacheco ler o requerimento de criação da CPMI dos atentados do 8 de Janeiro, o Congresso vive um impasse sobre a composição do colegiado.
Na sexta-feira, o presidente do Senado decidiu que o Novo (com seu único representante, Eduardo Girão) não teria direito a uma das vagas da Casa na comissão, e que o 16º assento para senadores ficaria com o bloco formado por PSD, PT e PSB.
Na semana anterior, o presidente da Câmara, Arthur Lira, já havia ignorado os três deputados do Novo ao decidir que, por não fazerem jus a uma liderança partidária, não poderiam entrar no cálculo que define quantos membros cada bancada indica para a CPI mista.
Após a resolução de Pacheco, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, anunciou que recorreria da decisão à CCJ da Casa, comandada por Davi Alcolumbre. O Partido Novo, por sua vez, acionou o STF contra a decisão.
Todo esse imbróglio pode acabar causando o atraso da instalação da CPMI, que, segundo o líder do governo Lula no Congresso, Randolfe Rodrigues, está prevista para a semana que vem.
Veja a seguir como está a distribuição de vagas do colegiado, que deve garantir maioria governista:
Câmara
- Bloco União Brasil, PP, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e PSDB-Cidadania – 5 vagas;
- Bloco MDB, PSD, Republicanos, Podemos-PSC – 4 vagas;
- PL – 3 vagas;
- Federação PT/PCdoB/PV – 3 vagas;
- Federação PSOL/Rede – 1 vaga.
Senado
- Bloco Democracia (MDB, União Brasil, PDT, Podemos, PSDB) – 6 vagas;
- Bloco Resistência Democrática (PSD, PT, PSB, Rede) – 6 vagas;
- Bloco Vanguarda (PL, Novo) – 2 vagas;
- Bloco Aliança (PP, Republicanos) 2 vagas.