Depois da tentativa de acalmar os ânimos dos setores ávidos pelo anúncio de ministérios, o presidente eleito Lula falou sobre a PEC da Transição, que tramita no Senado e busca espaço fora do teto de gastos para programas sociais, como o Bolsa Família. Ele disse que, em um processo de negociação, não se deve colocar o limite para menos, porque esse será o adotado pelo Congresso.

“Não tem valor mínimo”, enfatizou o presidente eleito. “Se eu já agora colocar o limite para menos, é o de menos que vai valer. Então, se eu tiver que falar eu falo para mais”.

Nesta semana, a proposta de relatoria do senador Marcelo Castro (MDB-PI) conseguiu as assinaturas necessárias para ser analisada no Senado. O relator chegou a sugerir juntar o texto com a proposta de Tasso Jereissati (PSDB-CE), que propôs limitar os gastos extrateto em 80 milhões de reais. A matéria do tucano também tramita na Casa.

De acordo com o presidente eleito, não é uma “PEC do Lula” e sim uma “PEC do Bolsonaro”, porque caberia ao atual governo ter garantido a previsão orçamentária para pagar o Bolsa Família de 600 reais. No pronunciamento desta sexta, em frente ao CCBB, QG do gabinete de transição, o petista não perdeu a oportunidade de criticar o governo atual e disse não estar surpreso com o cenário que projeta herdar do governo de Jair Bolsonaro.

“Eu sei que eu não vou encontrar coisa boa, mas eu sabia que ia acontecer isso”, manifestou Lula.

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