Fachin diz que ataques às urnas tentam ‘manipular a opinião pública’
'É questionável a defesa inflamada da troca das urnas eletrônicas por outro método de votação, com base em acusações de fraudes vazias', diz o ministro
Atual presidente do TSE, o ministro Edson Fachin escreveu sobre “liberdade do eleitor” no livro que será lançado pelo STF na próxima semana e trata das “Liberdades” no país. O ministro, claro, bateu pesado em Jair Bolsonaro e nos planos bolsonaristas de deslegitimarem a urna eletrônica.
“É questionável a defesa inflamada da troca das urnas eletrônicas por outro método de votação, com base em acusações de fraudes vazias, que só ganham espaço diante das estratégias cada vez mais elaboradas para manipular a opinião pública”, diz Fachin.
O texto do ministro:
“Estudos antropológicos indicam que participar de eleições satisfaz, em nosso subconsciente, uma necessidade básica de todo ser humano: votar renova o sentimento de pertencimento.
Apesar das eleições provocarem debates acalorados sobre defeitos e qualidades dos candidatos, a longo prazo elas estimulam a harmonia na sociedade. Isso porque, do ponto de vista histórico, realizar eleições periódicas traz a estabilidade de um governo representativo, escolhido por um método justo e racional, que substitui todas as formas de violência na disputa pelo poder.
Nesse sentido, é questionável a defesa inflamada da troca das urnas eletrônicas por outro método de votação, com base em acusações de fraudes vazias, que só ganham espaço diante das estratégias cada vez mais elaboradas para manipular a opinião pública.
A liberdade de escolha do eleitor está exatamente na possibilidade de “mudar de opinião e de dirigentes” sem colocar em risco a estabilidade da democracia”.