Autor do projeto que visa criar o programa de estabilização de preços dos combustíveis, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) critica os sucessivos reajustes e defende ser “urgente” a mudança na política de preços da Petrobras.
A proposta, em tramitação no Senado, leva em consideração os custos internos de produção — além dos preços internacionais.
Desde 2016, a Petrobras adota o preço de paridade de importação, segundo o qual os preços de derivados de petróleo nas refinarias são formados a partir das cotações no mercado internacional, acrescidas dos custos internos.
“A Petrobras passou a agir como se fosse uma importadora de derivados de petróleo, embora os produza internamente. Em determinados momentos, os preços na refinaria chegaram a ficar mais elevados do que os preços internacionais, como na greve dos caminhoneiros”, diz Carvalho.
Soma-se a essa questão os seguidos reajustes dos combustíveis, o que contribui, afirma o senador, para a elevação da inflação e para a desaceleração da economia. De acordo com o IBGE, entre janeiro e outubro de 2021 a gasolina e o diesel acumularam alta de quase 40%.
A proposta que está em andamento no Senado, caso aprovada, defende que o preço do litro da gasolina na bomba poderia beirar os 5 reais, enquanto o botijão de gás poderia chegar a 65 reais — redução de 25% em relação aos valores médios atuais. E isso com a manutenção de lucro de 50% da Petrobras, apontam simulações.