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Daniel Silveira usou método Bolsonaro para ter cinco minutos de fama

Integrante do baixo clero da Câmara, sem produção legislativa e atuação de destaque na Casa, ele busca notoriedade pelas falas absurdas

Por Manoel Schlindwein Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 fev 2021, 08h52 - Publicado em 18 fev 2021, 06h02
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  • ”Se eu não peço o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso, ele jamais estaria me entrevistando aqui agora”, disse Jair Bolsonaro a Jô Soares em 2005, feliz da vida em sentar no sofá do apresentador.

    O então deputado, ilustre integrante do baixo clero da Câmara – essa massa de parlamentares desconhecidos e de pouca expressão legislativa – recorria a atos absurdos, como defender o fuzilamento de alguém, como método para capturar por alguns minutos os holofotes da mídia.

    Método Bolsonaro

    É inevitável constatar que o método Bolsonaro de ganhar cinco minutos de fama conquistou adeptos na Câmara. O deputado Daniel Silveira vive desde ontem essa “fama” por ter cavado uma prisão, após ter achincalhado o STF e seus ministros.

    A felicidade de Silveira com os holofotes não deixam dúvida. O deputado considera certo que lucrará com o episódio. Do baixo clero, tentará a reeleição, antes incerta. Terá, porém, que derrubar primeiro a enxurrada de pedidos de cassação que atraiu para si na Câmara.

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    Placa em homenagem à Marielle Franco

    Em 2018, para ganhar os holofotes, Silveira apareceu em um vídeo quebrando uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em um crime ainda sem solução. A cobertura da imprensa o fez famoso e ele acabou na Câmara, onde agora obriga os colegas a trabalhar para resolver seus problemas.

    Os episódios, aparentemente sem ligação entre si, são fruto do método utilizado por Bolsonaro no passado. Reza a cartilha que, quanto mais chocante, melhor. A didática foi explicitada nos idos de 2005, quando um obscuro deputado do PP foi ao programa de Jô Soares, falar sobre, entre outros, militares, censura e privatizações, as quais se opôs com entusiasmo: “barbaridade é privatizar a Vale, as telecomunicações”.

    Na última pergunta do programa, Jô indaga Bolsonaro sobre a sugestão que o deputado fez em fuzilar o ex-presidente FHC. Às gargalhadas, Bolsonaro reafirma o que disse e completa: “se eu não peço o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso, ele jamais estaria me entrevistando aqui agora”. Daniel Silveira – e outros tantos extremistas – seguem os ensinamentos, vírgula por vírgula.

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