No seu primeiro discurso como presidenciável do PSDB, João Doria deu a linha de como pretende tratar um dos temas mais importantes do seu programa de governo nas eleições de 2022.
Em mais de 1.000 palavras do pronunciamento, citou a vacina duas vezes. Na primeira, para lembrar que foi ele o responsável por trazer a vacina aos brasileiros, quando o país atravessava um dos piores momentos da pandemia, angustiado enquanto assistia a outros países avançados abrirem as cidades com o avanço da imunização.
Em outro ponto, quando lembrou que Jair Bolsonaro fez de tudo para atrapalhar a chegada da vacina, boicotou as relações do Brasil com a China e chegou a dificultar o fornecimento de insumos para a fabricação da CoronaVac. “Trouxemos a vacina para os brasileiros. Vacina negligenciada pelo Governo Federal”, disse.
A vacina é um ponto importante, uma conquista pessoal do tucano, que investiu pesado no Butantan e na ciência. Mas Doria sabe que o tema não será o mais importante para sua caminhada. Emprego, Educação e, sobretudo, a diferença da política econômica, tocada por Henrique Meirelles e por ele em São Paulo, é que farão total diferença diante do radicalismo de Lula e Bolsonaro.
A fala discreta sobre vacina também é pensada para aplacar as acusações de que ele usou o imunizante para travar uma briga política com Bolsonaro. A briga, claro, existiu, mas Doria tentará mostrar que não teve interesse meramente eleitoral no caso.