Das coisas que só acontecem no Brasil, há duas comissões na Câmara formadas para debater a reforma política. Uma caminha pouco, a outra menos ainda.
Os trabalhos estão mais adiantados no colegiado presidido por Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), cuja relatoria está nas mãos de Vicente Cândido (PT-SP) e que trata do tema de forma mais abrangente.
Sobre a segunda, a Comissão Especial sobre fim das coligações e instituição da cláusula de desempenho, mal se ouve falar. A presidente, Renata Abreu caiu na boca dos colegas.
Nos corredores, os membros da comissão atribuem a ela a falta de celeridade. A queixas passam por marcar reuniões no horário de votação no plenário, quando as comissões não podem funcionar, até incluir temas que já tramitam em outras colegiados.
As excelências dizem que a procrastinação tem por objetivo salvar a vida do partido da deputada, o Podemos. Isso porque os principais objetos de discussão do colegiado, a cláusula de desempenho e do fim das coligações, atinge em cheio as legendas menores, como a de Renata Abreu.
Os mais maldosos rebatizaram o Podemos de “Enrolemos”.