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Por Robson Bonin
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Bolsonaro, a fala de Múcio sobre o 8 de Janeiro e a avaliação do Planalto

O ex-presidente e sua defesa no TSE exaltaram a declaração do ministro da Defesa de Lula de que não houve um "grande líder" nos ataques em Brasília

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 jun 2023, 18h34 - Publicado em 26 jun 2023, 15h30

Ao longo da semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu advogado no TSE, Tarcísio Vieira, exaltaram a declaração de José Múcio Monteiro, na segunda-feira, de que não houve “um grande líder” nos atos de 8 de janeiro.

A avaliação de um ministro palaciano ouvido pelo Radar, no entanto, é que a fala do chefe do Ministério da Defesa do governo Lula foi “retirada de contexto” e que ele estava se referindo ao momento dos ataques em Brasília, quando Bolsonaro estava nos Estados Unidos.

Eis o que disse Múcio, na íntegra, durante uma live do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa) na segunda-feira, ao lado de três ex-ministros da Defesa – Fernando Azevedo e Silva (governo Bolsonaro), Raul Jungmann (Temer) e Nelson Jobim (Lula e Dilma) – e do general Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI de Temer:

https://www.youtube.com/live/JtAUuIGnZMA?feature=share&t=1423

A questão do dia 8 de janeiro é uma coisa que eu desejo muito que se esclareça, porque nós não vamos continuar, passar quatro anos falando sobre 8 de janeiro, quem foi responsável, quem não foi responsável. Quando eu cheguei aqui, nós tínhamos 4.300 brasileiros acampados defronte os quartéis do Exército do Brasil. O que era aquilo? Aquilo familiares de militares e pessoas da sociedade ressentidas com o resultado da eleição, não se satisfizeram com a promulgação dos resultados e começaram a questionar. Eu me lembro que um militar respeitado da reserva me perguntou se as urnas haviam sido viciadas. Eu disse ‘eu gostaria muito de saber se elas são viciadas, e mais: quem fez o vício das urnas, porque a urna ao mesmo tempo, no mesmo dia, elegeu pessoas de esquerda, pessoas de direita, Congresso conservador, Câmara conservadora, presidente de centro-esquerda ou de esquerda… Que tipo de programa é esse que simultaneamente…? Estado com governador de direita, com governador de esquerda, a mesma urna e o mesmo sistema. O grande problema é que o presidente da República se elegeu com 51,8%, e essa margem não foi suficiente para que as pessoas acreditassem no resultado. O 8 de Janeiro decorreu de que… nós começamos com 4.600 brasileiros. Nas vésperas do 8 de Janeiro, nós tínhamos muito poucos, muito poucos. Aqui em Brasília nós tínhamos menos de 180 pessoas defronte os quartéis. Ali tinham familiares de militares na reserva e familiares de militares que estavam na ativa, que queriam dali criar uma semente de protesto. As pessoas que vieram aqui para a Praça [dos Três Poderes] no dia 8 não saíram de lá, porque lá tinha muito pouca gente. Foi gente de fora, estimulada por irresponsáveis, por baderneiros. Mas não tinha um militar da ativa. Podia ser que nas pessoas físicas havia algumas pessoas que tinham o estímulo pelo golpe, por uma afronta à democracia, mas as Forças Armadas não participaram. Não há uma manifestação de nenhum militar, em momento algum, desde o dia que o presidente Luiz Inácio assumiu esse país. Nenhuma. Nem antes, nem durante e nem depois. E, durante as manifestações, que eu estava aqui, você não via um militar. Estavam todos nos quartéis. Todos nos quartéis. Agora, foram baderneiros, pessoas que queriam tumultuar. Não havia uma liderança. As lideranças estão sendo detectadas aos pouquinhos, mas sem nenhuma relevância, fruto dos celulares grampeados. Havia uma vontade muito grande, vontades individuais, de que houvesse um golpe, mas não havia um líder para isso. As Forças não se manifestaram. Algum militar do Exército desejava? Acredito que sim. Algum militar da Marinha desejava? Acredito que sim. Da Aeronáutica, também acredito que sim. Mas a instituição, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, por momento nenhum estava com digitais naquele movimento. Vamos detectar quem foi o chefe da baderna, quem foram os chefes de todo aquele tumulto, do quebra-quebra que houve. Aquilo foi ruim pra todo mundo, foi ruim pra quem desejou ou para o líder de quem desejava, foi ruim também para o governo, foi ruim para a democracia e nós vivemos com isso até hoje. Vamos ter essa CPI, que vai ser muito mais um movimento, vamos dizer assim, midiático… O que é que mais me preocupa dessa CPI? Nas sequelas que elas podem deixar na preocupação de parlamentares entusiasmados nas suas bases em ter mais votos que provoque A ou B para que possa parecer, mas eu desejo que tudo isso a gente esclareça. Nós vamos esclarecer isso porque esse 8 de Janeiro é um assunto diário, diário. Em todas as reuniões se fala nisso, cada um quer achar o verdadeiro responsável. Eu não acredito que nós vamos encontrar o verdadeiro responsável. Não vamos, porque ninguém mandou. Foram agricultores aqui do Centro-Oeste que financiaram, foram donos de ônibus, é por aí que nós vamos chegar a, vamos dizer assim, várias pessoas responsáveis, sem ter assim um grande líder. Não houve ali uma manifestação. Você não viu um tanque, você não viu soldado, você não viu um batalhão.

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