As intrigas militares que marcam o encontro de Bolsonaro e Fachin
Planalto recebeu informações sobre relatório do Exército que aponta falhas no sistema eleitoral; documento alimenta intrigas no governo
Futuro presidente do TSE, o ministro Edson Fachin vai encontrar Jair Bolsonaro para cumprir o ritual de convidar o presidente para a posse do novo chefe da Justiça Eleitoral.
A conversa, ainda que mera formalidade, ocorre num momento de escalada das tensões entre o governo e o tribunal por causa de questionamentos sigilosos feitos por militares sobre o sistema eleitoral.
Na semana passada, Bolsonaro recebeu o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes das forças para uma reunião de rotina sobre temas da pasta e de inteligência do governo.
O presidente foi atualizado sobre o trabalho do chefe do Comando de Defesa Cibernética do Exército, general Heber Garcia, que integra o grupo de trabalhos no TSE e produziu o documento sigiloso sobre as supostas falhas.
O governo trabalha com uma informação, não confirmada do lado do TSE, de que Fachin irá mudar essa configuração de trabalho com militares, aberta por Luís Roberto Barroso. A permanência de Heber no trabalho estaria inclusive sendo reavaliada pelo TSE, segundo fontes da caserna.
O próprio TSE não confirma a mudança de rumo com a chegada da gestão de Fachin, mas a contratação do ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo ao tribunal, como diretor, deve mexer com esse tema.