Em dia tomado por discussão de AI-5, a reunião da Comissão de Anistia nesta terça foi marcada por um bate-boca entre o general Rocha Paiva, integrante do colegiado, com familiares de vítimas da ditadura que acompanham a sessão.
O clima esquentou quando o militar se referiu aos opositores do regime como “terroristas”. Militantes reagiram.
Rocha Paiva citava que o regime militar não foi tão duro quanto se criticava e que naquele período tinham eleições livres, ocorriam festivais da canção com músicas de protesto e existiam livrarias que vendiam “livros marxistas”. E que também não se tratou de um regime de exceção e que nem limitou a atuação da oposição. Ele criticou os “grupos armados revolucionários”
“E o resultado do regime militar foi a vitória, com anistia ampla geral e irrestrita para todos”.
Uma militante reagiu.
“Para os torturadores também”.
General:
“Exatamente, para os torturadores e terroristas”
Militante:
“Terroristas, não. Revolucionários”.
A certa altura, os militares são chamados de “tarados”, por cometerem torturas em órgãos genitais de ex-presos políticos.
O presidente da comissão, João Henrique Freitas, ameaçou retirar o grupo da sala de reunião se não houvesse ponderação.