A revolta de ruralistas com adesão do Brasil ao acordo do metano na COP26
Representantes do setor produtivo levaram as queixas a integrantes do governo Bolsonaro
Na tentativa de limpar a barra do país na COP26, o Brasil aderiu ao acordo para reduzir 30% da emissão do gás metano. Foi um duplo tiro no pé: o governo continua sendo vilão para os ambientalistas e agora passou a sofrer críticas até dos ruralistas.
Essa turma não poupou reclamações a interlocutores do governo Bolsonaro — e a orelha do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ardeu para valer.
Pegos de surpresa, integrantes do setor produtivo revoltaram-se. “Agora a culpa da destruição do planeta é dos bois brasileiros?”, dizia um deles.
O desconforto foi ainda maior pelo fato de China, Rússia e Índia não terem assinado o mesmo pacto. “Agora o Brasil vai lá, abre as pernas e assina sem receber nada em troca? O que o mundo tá pagando ao Brasil?”, reclamou outro.
No Brasil, a Marfrig, por exemplo, assumiu no ano passado a meta de reduzir 33% das emissões, mas até 2035. Agora vai ter que antecipar o prometido.