O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu os ditames do projeto que altera o reajuste do teto de gastos. Antes, o aumento do espaço previsto pela regra fiscal era calculado pelo Índice Geral de Preços Amplos (IPCA) de julho. Se aprovada a proposta, o reajuste será feito pela inflação do fim do ano. Ele diz que faz sentido calcular o reajuste ao fim do ano. Mas não é bem assim. Quando consolidou a regra, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, requisitou que os economistas Marcos Mendes e Waldery Rodrigues desenhassem os arcabouços da regra. Na ocasião, o IPCA foi escolhido porque era a âncora do ponto de vista de indexador para o sistema de metas de inflação do Banco Central. E o mês de julho não foi escolhido à toa já que é em agosto que o governo deve enviar a previsão orçamentária do ano seguinte. Ou seja, o governo vai passar a enviar o Orçamento sem saber quanto pode gastar no ano seguinte. Mas a sugestão de mudança veio agora porque como a inflação será maior em dezembro deste ano do que agora em julho, o reajuste do Orçamento será maior e assim o governo vai ter mais dinheiro.