A volatilidade na cotação do minério de ferro tem provocado verdadeiros altos e baixos nas ações das mineradoras e siderúrgicas listadas na B3. Num dia, a commodity dispara e ações sobem, noutro, derrapa e as ações cedem bastante, mas, afinal, o que justifica tamanhas oscilações e o que se pode esperar desse ativo para os próximos meses? Fatores como a aprovação do pacote trilionário de infraestrutura nos Estados Unidos e o pagamento parcial de juros de três títulos em dólar realizado na última quinta-feira, 11, pela gigante Evergrande, que está à beira da falência e pode provocar um impacto gigantesco na cadeia imobiliária da China, trazer algum afago ao minério, mas a tendência, segundo os analistas, é de baixa.
“A expectativa de menor crescimento das economias globais em 2022 tende a puxar a cotação para baixo dos 100 dólares, isso é fato. A avaliação da variação do dia que a gente tem visto deve ser mais cautelosa em função de fatores específicos daquele dia, mas o pano de fundo disso tudo é a percepção de uma demanda menor para o próximo ano”, diz Evandro Bertho, sócio-fundador da Nau Capital. Em Dalian, o minério de ferro fechou a sexta-feira, 12, em queda de 1,6%, a 85,4 dólares, e registrou um recuo de quase 3% no acumulado da semana. Sem uma definição clara de para onde vai a Evergrande, o morde e assopra do mercado deve continuar.