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Sangue na piscina

  Lido no papel, o sorteio do primeiro jogo de duplas de Novak Djokovic antecipava o rufar de tambores: o sérvio número 1 do mundo, ao lado do compatriota Nenad Zimonjic, enfrentaria os croatas Marin Cilic e Marin Draganja. Sérvia x Croácia? Lá nos idos dos anos 90, como o próprio Djokovic relatou a Alexandre […]

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 22h09 - Publicado em 7 ago 2016, 15h40
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    Lido no papel, o sorteio do primeiro jogo de duplas de Novak Djokovic antecipava o rufar de tambores: o sérvio número 1 do mundo, ao lado do compatriota Nenad Zimonjic, enfrentaria os croatas Marin Cilic e Marin Draganja. Sérvia x Croácia? Lá nos idos dos anos 90, como o próprio Djokovic relatou a Alexandre Salvador, de VEJA, em entrevista exclusiva, ter em lado opostos países do que fora a Iugoslávia esfacelada, era atalho para confusão e medo. “Não sabíamos o que o amanhã nos traria”, disse ele. Na quadra número 1 do Centro de Tênis do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, havia uma meia dúzia de croatas bem animados, uma quantidade parecida de sérvios. E milhares de pessoas que estavam ali apenas para ver Djokovic. A Sérvia venceu por 2 a 0. O cumprimento de mãos foi protocolar, dois para um lado, dois para o outro, e vida que segue.

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    Fosse uma disputa contra atletas de Kosovo, aí sim o bicho pegaria. Os dirigentes sérvios têm aconselhado os campeões a deixarem o pódio caso tenham de dividi-lo com kosovares. Há oito representantes de Kosovo na Olimpíada do Rio. O ponto: a Sérvia nunca reconheceu a independência do Kosovo. O Comitê Olímpico Internacional, sim. O protesto pacífico, o de abandonar a cerimônia de medalhas, embora possa ser severamente punido pelo COI, é postura delicada se comparado o que já foi o mundo em tempos passados – um mundo que invadia as olimpíadas.

    Façamos, portanto, uma viagem a Melbourne, em 1956, para entender que muito dificilmente os sérvios e Djokovic peitariam os croatas de Cilic na tarde ensolarada de sábado, no Rio. Um mês antes da olimpíada de 1956, o exército soviético tinha invadido a capital da Hungria, Budapeste, para bloquear um movimento que pretendia modificar as duríssimas políticas impostas por Moscou a seu país satélite. Corta para a piscina olímpica de Melbourne. União Soviética e Hungria se cruzaram na fase final da competição de polo aquático. A partida que daria vaga à finalíssima foi uma mistura de belos gols com caneladas e golpes nos testículos debaixo da água. Com o placar em 4 a 0 a favor dos magiares, o soviético Valentine Prokopov deu uma cabeçada no rosto de Ervin Zádor. Diz a lenda, associada a um tempo ainda sem as imagens onipresentes de televisão, que a piscina foi tingida de vermelho. Os juízes suspenderam a partida. A Hungria ficou com o ouro. A União Soviética abandonou o torneio de polo, e se recusou a disputar o bronze

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