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Whitney Houston: qualidades e defeitos da nova cinebiografia da cantora

Produção presta uma digna homenagem a uma das maiores intérpretes da história — mas atenua as polêmicas que marcaram sua vida

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 jan 2023, 08h00

Whitney Houston já era uma cantora famosa quando, em 1994, assombrou o planeta com uma apresentação antológica. Naquela noite, ela emendou de um fôlego só no palco do American Music Awards três canções que requerem uma extensão vocal impressionante, incluindo o indefectível hit I Have Nothing, da trilha do filme O Guarda-Costas. Na cinebiografia I Wanna Dance with Somebody, já em cartaz no país, a cena é mimetizada com brilho pela britânica Naomi Ackie — embora, por razões óbvias, a atriz que dá vida a Whitney na tela não se arrisque a cantar de verdade: a performance é dublada sobre a imbatível versão original da própria artista conhecida como A Voz.

Whitney Houston

Nos bastidores daquele show, mostra o novo filme, desenrolava-se uma tensão ignorada pelo público. Na plateia, segurando no colo sua filha bebê, estava o marido Bobby Brown (Ashton Sanders), com quem Whitney teve uma conturbada união. Mas eis que se revela um dado pouco conhecido: bissexual, a cantora também tinha a seu lado o amor da sua vida, a assistente de produção Robyn Crawford (Nafessa Williams), com quem namorou na adolescência — e que, por pressão do pai, o empresário John Houston (Clarke Peters), nunca assumiu como affair publicamente.

Whitney sairia do prêmio consagrada, definitivamente, como a cantora mais vitoriosa de todos os tempos. Até hoje seu nome está inscrito como insuperável no Guinness, o livro dos recordes, com 415 prêmios e mais de 400 milhões de discos vendidos. Dirigido pela cineasta Kasi Lemmons e produzido pelo executivo da indústria fonográfica responsável por descobrir Whitney, Clive Davis (um inspirado Stanley Tucci), o filme trata com apuro os feitos musicais da artista. Além da façanha de seu gogó no American Music Awards, recria a histórica interpretação do Hino Nacional americano em 1991, no Super Bowl — de causar arrepios em qualquer um.

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O mesmo apuro, porém, é deixado de lado quando o filme trata da vida pessoal da cantora. Apesar de não esconder sua bissexualidade nem o vício em drogas, a cinebiografia passa ao largo de maiores polêmicas — possivelmente, para evitar os questionamentos legais e as pressões familiares que atingiram outros dois documentários recentes, Whitney: Can I Be Me? (2017) e Whitney (2018). A complicada relação com Bobby Brown é atenuada, e não se expõem as agressões físicas que ela sofreu nas mãos do marido na vida real. Não vemos, ainda, os lances deprimentes da Whitney transtornada pelo consumo de drogas e álcool — como foi flagrada tantas vezes pelos tabloides nos anos 1990. Ainda assim, o filme traz uma novidade relevante a esse respeito, ao retratar o elaborado esquema com que a diva comprava drogas: um traficante se fingia de fã, pedia um autógrafo e entregava a substância ilícita dentro do tubo da caneta com que ela assinava.

A espiral do vício fez de Whitney um dos casos mais tristes de ascensão e queda na indústria da música. Em 2012, aos 48 anos, ela foi achada morta numa banheira de hotel em Los Angeles, vítima de um afogamento causado por seus excessos. O filme não mostra o episódio, nem menciona a morte de sua filha única, Bobbi Kristina Brown, em 2015, aos 22 anos, de maneira assustadoramente semelhante. A talentosa Whitney teve um destino trágico — mas sua voz continua a encantar o mundo.

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Publicado em VEJA de 18 de janeiro de 2023, edição nº 2824

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Whitney Houston
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