Sem Foo Fighters, último dia de Lolla tem clima melancólico e de luto
Fãs que vieram de outros estados lamentaram a morte do baterista Taylor Hawkins e o cancelamento do show da banda
Por Mabi Barros
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, Gabriela Caputo
Atualizado em 27 mar 2022, 19h32 - Publicado em 27 mar 2022, 19h30
O último dia de Lollapalooza amanheceu quase tão melancólico para o público quanto o clima nublado que dominou o domingo, 27. Depois da morte do baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, dois dias antes da apresentação que a banda faria no festival, o luto somado levou os fãs a dois extremos: vender seus ingressos ou tentar curtir um festival entre lamentos.
Leonardo Sabino, de 24 anos, chegou a desistir do show e a vender seu ingresso em um grupo da internet no sábado, 26, triste pela morte do músico. “Meus amigos desistiram de vir. Estávamos esperando o retorno do festival há dois anos e viríamos só no domingo para ver o Foo Fighters. Nossa primeira reação foi desistir”, disse ele a VEJA. Leonardo, no entanto, resolveu dar uma segunda chance ao festival, e estava perambulando pelas ruas do lado de fora do Autódromo para tentar conseguir outro ingresso: “De alguma forma, o show será um tributo à banda e ao Taylor Hawkins. Mas aqui fora tem muitos cambistas. Estou com receio de comprar e não conseguir entrar”.
Outros fãs decidiram curtir o festival por seu próprio mérito — fizesse sol ou chuva. “Eu só gostaria que tivessem substituído o Foo Fighters por uma banda de rock, afinal, domingo era o dia dedicado ao rock”, desabafa Thiago Ferreira, de 32 anos, que já assistiu uma apresentação da banda de Dave Grohl e Taylor Hawkins no Rock in Rio, em 2019. “Gosto de Emicida, Criolo e Planet Hamp, também entendo que é difícil achar outra atração em cima da hora, mas o público esperava algo como Detonautas, Capital Inicial ou algo neste estilo.”
O casal Samila Lima, 32, e Alysson Miranda, 42, viajaram de Indaiatuba, cidade do interior do estado de São Paulo, exclusivamente para assistir à apresentação do Foo Fighters no Lollapalooza. Para curtir o show, eles fizeram até uma camiseta customizada escrito “Foo Fighters Lollapalooza”. “Nós viemos para não perder o investimento” contou Samila. Tanto ela, quanto o marido, compraram o ingresso para o Lolla Lounge, que custava cerca do dobro do valor de uma entrada comum e dava acesso a uma série de regalias. “Sem menosprezar nenhum artista, o gênero musical que colocaram no lugar não tem nada a ver com o Foo Fighters. Ficamos bastante desapontados”, disse Alysson.
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Entre os fãs de Foo Fighters, no entanto, o clima era de luto e frustração, especialmente entre as pessoas que vieram de fora de São Paulo. Ayko Deran, de 29 anos, veio do Amapá só para assistir a banda. “Estava na expectativa desde outubro. Infelizmente, aconteceu essa fatalidade. Vim prestigiar o evento, mas não estou 100% alegre”. Outra fã que veio só para ver o Foo Fighters foi Nayara Candido, 31 anos, que acompanha a banda desde a adolescência. “A sensação é a de que eles não vão voltar. Teria sido uma chance única.”
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