Aos 21 anos e dona de sete Grammys, a americana Billie Eilish parecia não ter a real dimensão de seu sucesso no Brasil até essa sexta-feira. A artista, fanática por música brasileira, ainda se surpreende com pequenas idiossincrasias da fama. Quando se apresentou pela primeira vez no país — depois de cancelar o show que faria em 2020 devido à pandemia –, ela sentiu de perto o calor do público. Na grade, muitos fãs da artista precisaram ser atendidos com desidratação. O forte calor, aliado ao fato de que eles não queriam beber água para não precisar ir ao banheiro, cobrou seu preço fazendo com que muitos passassem mal. Outros fãs preferiram até usar fraldas geriátricas para não ter que sair da grade.
Billie não desapontou os fãs e durante todo o espetáculo fez menções a eles. No Brasil, ela ficou sabendo ainda que Caetano Veloso citou seu nome na música Anjos Tronchos e celebrou a lembrança. Além disso, seu primeiro fã-clube também veio do Brasil. Billie retribuiu o carinho com um show em que ela fez uma verdadeira homenagem ao Brasil.
Uma de suas canções, Billie Bossa Nova, do álbum Happier Than Ever, faz uma homenagem ao ritmo brasileiro, do qual a cantora se diz fortemente influenciada. Ela tocou a canção enrolada na bandeira brasileira. “Essa canção só existe por causa de vocês”, ela disse.
“Eu estava esperando pelo dia que eu diria: ‘Olá Brasil’”, disse. Seu show, no entanto, em nada lembrou as apresentações pop que precederam sua apresentação nesta segunda. No palco, ela entregou uma performance sem super produção, com ela praticamente ocupando todo o palco, e seu irmão Finneas no teclado. As letras sentimentais que compõem seu repertório foram apresentadas sob muitas bases eletrônicas e muito jogos de luzes. O clima intimista veio quase no final, quando o irmão Finneas assumiu o violão enquanto Billie interpretava as canções quase aos sussurros.