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Ruínas da Ford, vácuo de ACM Neto, Wagner larga (por Vitor Hugo Soares)

Corrida eleitoral

Por Vitor Hugo Soares
13 fev 2021, 12h00
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  • Mata de São João, recôncavo baiano, fica na vizinhança das ruínas do enorme cemitério industrial que surgiu e cresce ,– a ponto de já receber atenção da imprensa nacional e estrangeira, – desde janeiro, no amargo começo do ano do fechamento abrupto e implacável da fábrica da Ford em Camaçari, maior montadora da empresa na América Latina e no mundo, fora dos Estados Unidos. Algo só comparável à era do “capitalismo selvagem”, pois fulmina, de uma só vez, mais de 5 mil empregos diretos (qualificados) e 12 mil indiretos, segundo entidades do governo ou representativas do setor privado e sindical. Neste cenário– somado ao desastre nacional da pandemia covid-19, que se agrava na Bahia–, o denominado grupo do PT da Região Metropolitana de Salvador assumiu a dianteira e lançou formalmente, em reunião barulhenta e eufórica, a candidatura do senador Jaques Wagner à sucessão do governador Rui Costa.

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    No convescote político de sábado passado– com 100 representantes escolhidos a dedo, como influentes petistas de raiz – ouviu-se que a pressa na largada do “nome no campo da esquerda” visa aproveitar o vácuo”na direita”, com o DEM, rachado e “despedaçado” (para alguns) com a desavença do ex-presidente da Câmara , Rodrigo Maia, derrotado na tentativa de fazer do deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) seu sucessor, e ACM Neto, presidente nacional do partido, acusado pelo companheiro de legenda, e amigo pessoal, como causador do insucesso na aventura política em que se meteu. Maia joga pesado e acusa Neto (mais provável e forte adversário de Wagner nas governamentais de 2022) de ter entregue sua cabeça numa bandeja aos inimigos no Palácio do Planalto, “traindo 20 anos de amizade”. Pior, só em Camaçari e redondezas, com o desmonte da Ford.

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    Daí soar estranho que, na festa petista, assunto tão grave e preocupante, para gregos e baianos, tenha passado ao largo nos discursos da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, do ex-prefeito de Camaçari e ex-deputado, Luiz Caetano, e de parlamentares estaduais e federais, e mais gente graúda do petismo no estado. A começar pelo próprio senador dono da festa, ex-presidente do histórico Sindicato dos Petroquímicos de Camaçari, plataforma inicial de sua ascensão na política. Aprovada por aclamação a candidatura de Wagner, o drama dos desempregados da Ford fica para depois. Talvez na próxima reunião, convocada para março. A conferir.

    No meio da semana, entrevistado na Metrópole pelo ex-prefeito de Salvador, radialista Mario Kertézs, o presidente do DEM parecia mais leve e sereno, depois da refrega em Brasília e da briga que o levou ao rompimento político e pessoal com Maia. “Estou bem. Já desencarnei da prefeitura, agora vou cuidar do DEM. Tenho o couro curtido de outras pancadas, e o que mais me aborreceu e chocou nessa história foi ver o apego de Rodrigo Maia ao cargo e às benesses do poder, a ponto de querer culpar outras pessoas por erros que ele próprio cometeu”, disse. No fim da entrevista mandou um aviso que parece ter endereço certo. “A nova sede do DEM está quase pronta em Salvador e lá vou dar expedientes diários. E logo começarei um roteiro de viagens pelo interior, para conversar com os novos prefeitos e levar a contribuição de nossa experiência de êxitos na gestão da capital. Não nego meu interesse de disputar o governo da Bahia, mas quero que a minha candidatura surja das bases, normalmente”. Precisa desenhar?

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    Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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