Assine VEJA por R$2,00/semana
Noblat Por Coluna O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Governo de ultimatos

Refém da Reforma da Previdência

Por João Bosco Rabello
Atualizado em 30 jul 2020, 19h42 - Publicado em 25 Maio 2019, 11h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A estagnação da economia torna governo e parlamento reféns da reforma da previdência, cuja aprovação é vista como o início de um círculo virtuoso capaz de garantir ao primeiro condições de governabilidade indispensáveis e, ao segundo, perspectivas para o ano eleitoral de 2020, quando as bases parlamentares se consolidam nos municípios.

    Publicidade

    Ambos, portanto – Legislativo e Executivo – precisam que a reforma seja concluída em tempo hábil para que produza efeitos positivos na economia em benefício da renovação do capital eleitoral. 

    Publicidade

    Tal premissa torna o embate público entre governo e parlamento menos uma divergência com relação à necessidade da reforma, e muito mais uma disputa pela sua autoria. O governo quer capitalizá-la como uma vitória obtida “apesar do Congresso” e, este, tenta fazê-la mais palátavel para surgir como o que a tornou menos dolorosa. 

    Isso pode explicar porque o governo segue no método de pressionar o Congresso agravando o discurso da criminalização da política, valendo-se ainda, de forma paralela, do debate em torno das medidas de combate ao crime organizado, tema em que o parlamento se mostra mais vulnerável, depois do desgaste imposto pela Lava Jato.

    Publicidade

    Bolsonaro diluiu em declarações avulsas o objetivo de confrontar o Poder Legislativo. Pautou a militância ao atribuir as dificuldades do seu governo à classe política, em reação às modificações pontuais que a Câmara promove tanto na questão previdênciária, quanto no pacote de Moro.

    Continua após a publicidade

    Somadas às frequentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que ou se aprova a reforma que gera economia de 1 trilhão, ou ele deixa o ministério, tem-se um governo de ultimatos. É o mesmo discurso do Ministério Público que a cada revés em suas propostas ameaça com o fim da Lava Jato.

    Publicidade

    Essa conduta transforma-se, nas redes sociais pró-governo, em discursos contundentes pelo fechamento do Congresso e até do Supremo Tribunal Federal, em um incitamento pela exclusão da política como o meio legítimo de construção de avanços.Trocando em miúdos, conspira contra a democracia representativa.

    O Legislativo absorveu a provocação de assumir sua responsabilidade na condução das mudanças e opera com a agilidade possível a tramitação da reforma da Previdência, em sintonia com a área econômica, emprestando ao cenário político um desenho parlamentarista.

    Publicidade

    Com menos intensidade, examina o pacote do ministro Sérgio Moro, impondo-lhe os limites que considera necessário, o que não faz do Parlamento cúmplice de correntes insatisfeitas com o combate à corrupção e ao crime organizado.

    Continua após a publicidade

    Nesse ambiente, a fala presidencial permanece eficaz para seu público, cada vez mais restrito, e banalizada para os atores políticos. 

    Publicidade

    Em perspectiva, a aprovação da reforma da Previdência deve ser vista como inevitável, restando avaliar seu alcance a partir de sua condução com a autonomia exibida, até aqui, pelo Legislativo. É improvável que seja preservada a meta do ministro Paulo Guedes, de uma economia de trilhão.

     

    João Bosco Rabello é jornalista, há 40 anos em Brasília, e sócio-editor do site Capital Político (capitalpolitico.info)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.