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Carta de Buenos Aires – As divinas tetas

Muita queda de braço e politicagem das clássicas. Nada parece mudar na Argentina nesse quesito.

Por Gabriela G. Antunes
Atualizado em 24 fev 2018, 14h00 - Publicado em 24 fev 2018, 14h00
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  • Nesta semana, mais uma greve paralisou o país. Uma vez mais os portenhos ficaram sem bancos, sem coleta de lixo, com o centro da cidade colapsado e sistema de transporte parcialmente comprometido. A metrópole ganhou uma paisagem apocalítica, como algo tipo a série “Walking Dead”.

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    Nada disso é novo. Parece já estar no calendário, como a Pascoa ou o Natal. Todo começo de ano, o sindicato faz ameaça de que os professores não voltarão às salas de aula, para desespero dos pais. Outras associações avisam que vão cortar serviços básicos.

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    É claro que todo cidadão de bem quer que os trabalhadores ganhem melhor, mas ninguém aguenta mais tanta pirotecnia, para escassos resultados. Com essa inflação galopante, não há aumento que chegue.

    Com Cristina Kirchner ou seu opositor Macri, independente da linha política, a queda de braço é a mesma, sempre liderada pela figura todo-poderosa do sindicalista Hugo Moyano.

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    Verdadeira “realeza” do sindicalismo, Moyano causa muita dor de cabeça ao governo vigente. Nesse conto não há mocinhos ou bandidos mas, às vezes, quase que acidentalmente, o trabalhador consegue ser beneficiado.

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    Eu me lembro do quanto era divertido ver Cristina Kirchner e Moyano no ringue. Certa vez, em uma dessas greves gerais, os dois resolveram deixar os jornalistas loucos, ao discursar ao mesmo tempo. Pegos de surpresa, as televisões faziam o que podiam, dividindo a tela em duas, em uma verdadeira mistura de bravatas.

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    Cristina, acusem-na de tudo mas é uma eximia oradora, decidiu discursar de um frigorifico de abate de porcos, em uma clara mensagem figurativa para Moyano: “De manhã, quando inspecionava a planta, passei por uma porca e seus porquinhos. Sabe, o porcos e os seres humanos são muito parecidos. Também brigam por uma teta”.

    Realmente, a teta do Estado é uma preferência regional. Moyano brigava por uma, Cristina resguardava a sua no que podia.

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    O atual presidente da Argentina é incapaz de manter um discurso com a retórica de Cristina e não há nenhuma característica em comum. No entanto, a dor de cabeça continua sendo Moyano.

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    Por tudo isso, foi muito interessante ver o filho da ex-presidente, Máximo Kirchner, na marcha desta quinta. Visivelmente mais magro (Máximo herdou a genética pouco privilegiada do pai, o que, acreditem, é o menor de seus problemas), levantou suspeitas de uma repaginada com pretensões presidenciais. Acenava como em um Concurso de Miss.

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    Novas alianças, velhos discursos, mesmas figurinhas carimbadas. Muita queda de braço e politicagem das clássicas. Nada parece mudar na Argentina nesse quesito. Também continuam pagando o pato os trabalhadores, enquanto os figurões lutam por mamar nas divinas tetas do estado. Segue o baile.

    Gabriela G. Antunes é jornalista. Morou nos EUA e Espanha antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald e hoje é uma das editoras da versão em português do jornal Clarín. Escreve aqui todos os sábados 

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