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Amoroso, o disco de João Gilberto para uma ilha deserta

MÚSICA

Por Flávio de Mattos
Atualizado em 25 mar 2021, 16h54 - Publicado em 5 jul 2019, 13h00

O disco Amoroso, que João Gilberto gravou nos Estados Unidos em 1977, é, exageros a parte, um dos melhores álbuns já lançados, em todos os tempos, por qualquer artista. Em Amoroso encontramos João Gilberto no auge de sua maturidade musical, apoiado por uma produção impecável e acompanhado, à perfeição, pelos arranjos de Claus Ogerman. O resultado é um produto extremamente sofisticado, sob uma desconcertante simplicidade aparente.

João Gilberto entrou nos estúdios Rosebud, em Nova York, para três sessões de gravações, em novembro de 1976. O experiente produtor Tommy LiPuma garantiu ao músico as mais perfeitas condições para seu trabalho. LiPuma tinha acabado de ganhar seu primeiro Grammy como produtor, com a faixa This Masquerade, do álbum Breezin’ (1976), que ele produziu para o guitarrista George Benson.

Foi o produtor LiPuma quem sugeriu o maestro alemão Claus Ogerman para escrever os arranjos e conduzir a orquestra nas gravações de Amoroso. No ano anterior, eles já haviam trabalhado em outro álbum emblemático na discografia da música brasileira, o Urubu (1976), de Antonio Carlos Jobim. Como no disco de Jobim, a orquestração de Claus Ogerman nunca é uma coadjuvante secundária. Ela aparece em primeiro plano, em Amoroso, com a bela cama de cordas, realçando o violão personalíssimo de João Gilberto.

O disco surpreende, logo de início, com as três canções “estrangeiras” que João Gilberto trouxe para seu repertório e para sua praia. A primeira delas é S Wonderful, composta pelos irmãos Ira e George Gershwin, em 1927, para o musical Funny Face. A música ganhou um balanço de bossa nova e se tornou, na verdade, um samba cantado em inglês. O arranjo de Claus Ogerman também virou uma referência para as gravações posteriores desse tema.

O mesmo se passou com Estate, uma desconhecida canção do italiano Bruno Martino, que ganhou status de clássico, a partir de sua recriação por João Gilberto. Isso porque, na verdade, João Gilberto nunca foi um simples intérprete, na concepção tradicional do termo. Ele se apropria do tema, que recria, transforma e  devolve com sua própria assinatura. É o que acontece com o bolero Besame Mucho, outra das faixas marcantes do álbum Amoroso.

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Na edição em vinil de Amoroso, o lado B é todo de canções do maestro Antonio Carlos Jobim. Lá estão versões definitivas de Wave; Caminhos Cruzados; Triste; e Zíngaro, que virou Retrato em Branco e Preto, depois de ganhar a belíssima letra de Chico Buarque de Holanda. Mais uma interpretação delicadíssima, em que João Gilberto quase recita a letra acompanhado do violão. É aquele disco para se levar para a ilha deserta, se tiver de ser apenas um.

No vídeo a seguir temos João Gilberto cantando Wave, em Amsterdam, em 1980, com a Dutch Metropole Orchestra executando o arranjo de Claus Ogerman

Flávio de Mattos é jornalista e escreve aqui sobre jazz a cada 15 dias. Dirigiu a Rádio Senado. Produz o programa Improviso – O Jazz do Brasil, que pode ser acessado no endereço: senado.leg.br/radio  

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