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Cenários de curto prazo da crise

O mais provável é que nada mude na atuação de Bolsonaro

Por Arthur Pirino Atualizado em 4 jun 2024, 14h11 - Publicado em 19 jun 2020, 06h00
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  • Velas acesas em memória dos civis, soldados mortos e dos reféns, na Praça Dizingof. em Israel. 12/10/2023
    Movimentação da Rua Oscar Freire em São Paulo após a reabertura do comércio na cidade (Kaio Lakaio/VEJA)

    A pandemia de Covid-19 colocou o Brasil no córner. Tanto pelos problemas que o país já trazia na bagagem quanto pelos novos, advindos da crise sanitária. Para piorar, faltam ao governo liderança e narrativa para enfrentar os desafios que se somam. Algumas vezes falta também coragem cívica para enquadrar seus defensores mais exaltados.

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    O governo Bolsonaro é humilhado quando um ministro ou aliados ameaçam ministros do Supremo Tribunal Federal. Ou quando Olavo de Carvalho ameaça derrubar o presidente da República, sem se desculpar nem voltar atrás.

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    Apesar de promover algumas iniciativas consequentes no enfrentamento da pandemia, o governo carece de organização, narrativa e comunicação de suas entregas. O foco de Bolsonaro continua sendo o embate institucional, mas o governo ganharia força, poder e prestígio se enfrentasse adequadamente a pandemia.

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    Acharam o Queiroz. E perto demais Leia nesta edição: como a prisão do ex-policial pode afetar o destino do governo Bolsonaro e, na cobertura sobre Covid-19, a estabilização do número de mortes no Brasil ()
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    Além dessas deficiências e de escolhas equivocadas, o governo tem uma capacidade inesgotável de criar problemas para si mesmo. A ponto de ser, de longe, a mais competente oposição que hoje enfrenta. A partir do volume e intensidade das crises do momento, que cenários podemos vislumbrar para o governo Bolsonaro?

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    Vamos partir de três cenários básicos. O primeiro é o de tudo ficar na mesma. O segundo é a reinvenção do governo. O terceiro cenário, a sua substituição.

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    Vamos começar pelo último, o mais improvável na atual circunstância: a saída de Bolsonaro. Considerando a sua popularidade e a base de apoio entre ruralistas e evangélicos, entre outros segmentos, um impeachment parece distante — e, com o renascimento do presidencialismo de coalizão, as defesas presidenciais serão fortalecidas.

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    “O presidente deve continuar a alimentar a crise institucional com os olhos fechados para o radicalismo”

    O segundo cenário — o ideal — seria uma ampla reinvenção do governo. Algumas vezes parece que Bolsonaro deseja reformular sua atuação, mas tais avanços são tímidos, quando não são afetados por retrocessos. Para uma reinvenção dramática, que marcasse uma virada, a situação teria de piorar muito e o governo ser seriamente ameaçado em sua governabilidade.

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    Considerando as atuais circunstâncias, o cenário que parece mais provável é o de tudo permanecer do jeito que está. Bolsonaro continuará a alimentar a crise institucional com frases em favor da democracia, mas com os olhos fechados para o radicalismo de seus aliados. O Judiciário prosseguirá nas investigações como forma de conter os arroubos do presidente.

    O Congresso buscará no presidencialismo de coalizão a energia de que necessita para alimentar o establishment político. E, no fim das contas, dependeremos do acaso ou da piora substancial da cena social para vermos mudanças.

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    Alguém poderia indagar sobre a possibilidade de ocorrência de golpe. Nas atuais circunstâncias, um golpe de Estado é praticamente impossível. As Forças Armadas não estão dispostas a patrocinar aventuras autoritárias, nem a sociedade está disposta a abandonar o estado de direito.

    A polarização, porém, veio para ficar e deve prosseguir contaminando as narrativas, acirrando conflitos e, pontualmente, provocando atos de violência. Não é o cenário ideal, mas é o que temos para hoje.

    Publicado em VEJA de 24 de junho de 2020, edição nº 2692

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