Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Mundialista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Vilma Gryzinski
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Vai durar até quando o “grupo de loucos”, segundo ex-ministro de Gaza?

Morte de nove militares israelenses num só confronto mostra que a resistência do Hamas continua a ser um obstáculo grande para “liquidar a conta”

Por Vilma Gryzinski 14 dez 2023, 07h23

Israel ainda “está longe de derrubar o Hamas, a maioria de seus combatentes continua viva e eles ainda têm foguetes”, analisou um especialista israelense, Michael Milstein, para um jornal conservador, o Jerusalem Post. Sem contar a disposição terminalmente suicida do grupo liderado por Yahya Sinwar, um “grupo de loucos que destruiu a Faixa de Gaza e nos fez regredir 200 anos”, segundo uma surpreendente confissão gravada pela polícia secreta israelense de um ex-ministro do Hamas, Yousef al-Mansi.

A análise de Milstein coincidiu com um dia ruim para Israel, quando nove militares, incluindo um coronel da legendária Brigada Golani, foram mortos numa emboscada. Primeiro, caíram quatro soldados que faziam a operação limpeza em prédios que pareciam vazios. Depois, os cinco deslocados para resgatá-los.

Guerra é assim mesmo, com surpresas letais para todos os lados, ainda mais no combate assimétrico entre um exército regular e forças que, hoje, se deslocam praticamente só através da rede de túneis, irrompendo para ataques típicos de guerrilha urbana, mas com armamento pesado.

CONTAGEM PREMATURA

Todo mundo sabe que o tempo funciona contra Israel, à medida em que as proporções apocalípticas do deslocamento de 85% da população civil de Gaza, com 18 mil mortos calculados até agora – sendo sete mil combatentes armados -, vão minando o apoio da opinião pública americana à política de Joe Biden.

O presidente americano, mesmo com todo seu poder, não pode sustentar o apoio militar e diplomático a Israel por tempo indefinido.

A ideia de que até o fim de janeiro, como foi especulado, a guerra estaria limitada a “bolsões de resistência”, diminuindo ataques que lamentavelmente causam vítimas indesejadas, parece no momento muito otimista. “A contagem regressiva para o fim do Hamas ainda é prematura”, segundo Milstein. “Mesmo depois que Sinwar for assassinado, a resistência continuará”.

Continua após a publicidade

“HERESIA, LOUCURA”

Outro especialista consultado pelo Post, o historiador militar Danny Orbach, acha que na fase atual estão surgindo apenas os primeiros sinais de deterioração do controle do Hamas. Entre eles, o depoimento de Yousef al-Mansi. Aparentemente, o ex-ministro, preso no começo do mês, está se colocando como alternativa.

“As pessoas em Gaza dizem que Sinwar nos destruiu. Precisamos nos livrar dele”.

O ex-ministro disse também que o ataque de 7 de outubro foi “o oposto do Islã”.

“É heresia, loucura. O que eles fizeram é inaceitável pela lógica, pela religião e pelo intelecto. Os culpados são Sinwar e seu grupo”.

É claro que Mansi pode ter falado apenas o que seus interrogadores queriam ouvir, uma tática tão antiga quanto o tempo. Mas alguns sinais surgem em entrevistados por canais como a Al Jazira, que só quer falar o pior possível de Israel, revoltados com os líderes que desencadearam todo o horror que os civis estão vivendo depois das atrocidades praticadas em Israel e a tomada em massa de reféns.

Continua após a publicidade

Uma pesquisa mostrou que o Hamas tem 42% de apoio da população de Gaza e 56% são a favor da luta armada. Esta proporção chega a 68% entre os palestinos da Cisjordânia. Nada bom para a perspectiva armada pelos americanos de reforçar a posição do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e entregar a ele a administração futura de Gaza. Outro número desanimador: 82% da população da Cisjordânia e 57% dos pesquisados em Gaza acham que o Hamas estava certo ao atacar as localidades israelenses fronteiriças, quando 1 200 pessoas foram mortas e 240 sequestradas.

SEM PRIVILÉGIOS

Foi ao participar da tentativa de resgate dos corpos de dois reféns que morreu o filho do ex-chefe do Estado Maior, general Gadi Eisenkot, atualmente participando do gabinete de emergência como integrante do partido liderado por Benny Gantz. No dia seguinte, morreu em combate um sobrinho de Eisenkot.

Merecidamente, isso é visto em Israel como um sinal do princípio fundador do país de que todos têm que estar comprometidos com sua defesa e não pode haver privilégios para os filhos dos mais poderosos ou influentes.

Mas também sinaliza a dureza de combater uma força hoje de mais de 20 mil fanáticos que sonham com o martírio como ápice de suas vidas e têm um líder calculista, inteligente e, ao longo de seus 22 anos de cadeia em Israel, conhecedor das fraquezas do inimigo. Pode ser um “louco”, como disse Mansi, mas é um louco com método.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.