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Teria Bill Gates sido afastado da Microsoft por caso com funcionária?

Revelação sobre relacionamento do terceiro homem mais rico do planeta mostra que a imagem de ‘nerd’ não confere com a realidade

Por Vilma Gryzinski 18 Maio 2021, 08h29
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  • Não existe divórcio amistoso, sabem os advogados de família. Podem existir separações em que as partes concordam em não brigar, mas a animosidade está sempre rondando.

    O divórcio de Melinda e Bill Gates, apontado por esperançosos como um exemplo de dignidade, está expondo intimidades que teriam ficado na sombra.

    A mais explosiva, por potencialmente afetar a imagem de bilionário desapegado que largou tudo para se dedicar à filantropia em escala nunca vista no mundo, envolve uma investigação feita pela Microsoft sobre um antigo caso extraconjugal entre o cofundador da gigante high tech e uma engenheira “da firma”.

    A investigação se superpõe à saída de Gates do conselho da Microsoft, apresentada na época como fruto da decisão de dedicação integral à filantropia.

    “Membros do conselho da Microsoft decidiram que Bill Gates precisava se afastar do conselho em 2020 enquanto eles faziam uma investigação sobre o relacionamento romântico do bilionário com uma funcionária da Microsoft que foi considerado impróprio”, informou o Wall Street Journal.

    A empresa ficou sabendo do caso que já deveria fazer parte do passado distante através de uma carta escrita pela engenheira não identificada. Ela queria mudanças em seu cargo e também que Melinda lesse a carta – ah, a natureza humana.

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    Partiu da própria direção da Microsoft a iniciativa de consultar o corpo de funcionários sobre eventuais abusos que tivessem ocorrido na empresa. Na época, o movimento MeToo estava pegando fogo.

    “Houve um caso quase vinte anos atrás que terminou amigavelmente”, disse uma porta-voz de Gates.

    A imagem de nerd, do tipo que usa calça cáqui de preguinhas e não se relaciona facilmente com mulheres, está sendo desconstruída. O New York Times deu uma reportagem sobre as abordagens que Gates fez a outras funcionárias da Microsoft quando ainda estava casado.

    Também foi recuperada uma biografia do gênio sem graça em que são relatadas festas sem roupa na piscina, com dançarinas de strip tease na época.

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    Ele era solteiro e, precocemente, bilionário. Podia fazer o que quisesse. 

    Muito mais comprometedor foi a forma como ele continuou a se relacionar com Jeffrey Epstein, o milionário que se suicidou ao ser preso pela segunda vez por exploração sexual de menores. E ainda pediu conselhos sobre seu casamento.

    Consultar Epstein sobre um tema assim seria como aconselhar-se com Jack, o Estripador a respeito de relacionamentos amorosos.

    “O estilo de vida dele é muito diferente e intrigante, embora não seja para mim”, escreveu Gates em um e-mail datado de 2011, segundo o Times.

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    O “estilo de vida” de Epstein consistia em procurar proximidade com homens famosos e oferecer os serviços do séquito de adolescentes cooptadas ou constrangidas a fazer sexo com ele e seus amigos, em alguma de suas mansões ou na “ilha dos pedófilos”.

    Gates também viajou no “Lolita Express”, o infame avião particular de Epstein e continuou a manter laços com ele, supostamente com a filantropia como pano de fundo, até 2017.

    Seja por este ou outros motivos, Melinda constituiu advogado em 2019, já tendo o divórcio em mente – multibilionários não costumam tomar decisões por impulso, depois de uma briga conjugal ou coisa semelhante.

    O divórcio envolve um patrimônio quase inconcebível para as pessoas comuns: 128 bilhões de dólares.

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    Envolve também o status da Fundação Bill e Melinda Gates, a maior entidade filantrópica do mundo, através da qual o ex-casal já doou nada menos que 45 bilhões de dólares.

    Melinda também era funcionária da Microsoft quando conheceu Gates. Ele demorou sete anos para decidir se casar e, a certa altura, fez uma planilha, com os prós e os contras de oficializar a relação. Tem coisa mais nerd?

    Mas Gates não fez um acordo pré-conjugal sobre partilha de bens em caso de divórcio. Uma decisão que provavelmente vai custar caro.

    Comparado a Jeff Bezos, um dos poucos a ter mais dinheiro ainda do que ele, o divórcio de Bill Gates parecia até agora coisa de santarrão.

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    Bezos teve seu caso com Lauren Sanchez revelado escandalosamente, com textos íntimos vendidos a um tabloide pelo irmão da amante.

    O dono da Amazon pagou 38 bilhões de dólares à ex-mulher, Mackenzie Scott, e deu a volta por cima. Ficou mais rico ainda depois do divórcio. E continuou com Lauren, mesmo depois da traição do cunhado.

    Bill Gates, pelo menos, tem em quem se espelhar no Olimpo onde circulam os poucos escolhidos com fortunas acima de 100 bilhões de dólares.

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