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Por Vilma Gryzinski
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Os americanos não querem, mas Biden vai ser candidato mesmo assim

A rejeição é estratosférica: 70% do eleitorado. O motivo é o mesmo: idade. E o presidente só não está pior porque situação de Trump é nebulosa

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 25 abr 2023, 07h27 - Publicado em 25 abr 2023, 06h20

Lançar oficialmente a candidatura num momento ruim reflete a falta de opções de Joe Biden. Ele precisa começar a turbinar doações e botar a máquina do Partido Democrata em velocidade de voo, aproveitando o momento de fragilidade de Donald Trump, acossado por um processo enorme, embora duvidoso, e outros potenciais problemas com a justiça. E, claro, tem que abrir uma brecha no noticiário antes que seja deslocado por acontecimentos momentosos como a saída de Tucker Carlson da Fox, o assunto mais falado dos Estados Unidos. 

Se dependesse da maioria dos americanos, Biden agradeceria o apoio em 2020, enfeitaria suas contribuições como presidente e cairia fora. Os números das últimas pesquisas são acachapantes. Numa feita para a televisão NBC, 70% dizem que não querem que ele seja candidato. Uma proporção quase idêntica, 69%, menciona a idade avançada — 80 anos — como motivo.

Curiosamente, Trump, aos 76 anos, não é nenhum rapagão. Mas transmite energia, principalmente quando cercado de americanos que simplesmente o amam — eles mesmos entoam “We love you”. Da última vez, na sexta-feira passada, foi numa pizzaria da Flórida, exatamente o estado governado por seu maior rival no Partido Republicano, Ron DeSantis. Quando Trump disse que ia pagar pizza para todo mundo, os presentes explodiram em coro: “USA! USA!”.

É de deixar os antitrumpistas doentes de raiva. Nem todos os processos na justiça, amplificados pela maioria da grande mídia, conseguem enterrar Trump. Ao contrário, desde o enorme estardalhaço de sua apresentação à justiça de Nova York, como réu num processo em que a promotoria tentará provar uma conexão indiscutível entre o dinheiro pago, privadamente, à atriz pornô Stormy Daniels e a campanha presidencial de 2016, ele aumentou para quinze pontos a vantagem em relação a DeSantis.

Como aconteceu naquela campanha, o puro aumento da visibilidade de Trump, insuflado pela cobertura segundo a segundo, ajudou nas intenções de voto.

Na pesquisa da NBC, 43% dizem que pretendem votar em Biden, mesmo preferindo que ele não se candidatasse a reeleição; 47% declaram voto no candidato republicano, seja quem for.

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Se Biden estivesse fazendo um governo brilhante, o fator idade pesaria tanto? É claro que não. Mas muitos americanos acham difícil esquecer os seus erros, desde a escandalosamente vexaminosa saída do Afeganistão até as encrencas que estão ficando cada vez mais difíceis de esconder, com os republicanos controlando a Câmara, de seu filho, Hunter Biden.

As políticas que rendem votos, como o de reindustrialização em áreas estratégicas e o festival de dinheiro que chove sobre empreendimentos ligados ao selo mágico — qualquer coisa que tiver a palavra “verde” no nome —, vão demorar para mostrar resultados, principalmente na área da criação de empregos bem remunerados. Aliás, desemprego é um dos únicos problemas que Biden não tem. Ao contrário, o excesso de vagas insufla salários e, dessa forma, a inflação de 4,98% (com tendência a diminuir, por causa do aumento na taxa de juros).

O pacote de subsídios a indústrias “verdes” é tão grande — 370 bilhões de dólares — que arrisca levar o resto do mundo a uma nova “idade das trevas”, ao fazer um arrastão de investimentos no rumo dos Estados Unidos. Quem disse isso foi o ministro da Economia de um grande aliado, o britânico Jeremy Hunt. Com o detalhe que Biden está tratando o Reino Unido com desdém, como ficou claro durante a recente visita sentimental que ele fez à Irlanda do Norte e à República da Irlanda.

Nessa viagem também ficou exposta a aparência de deficiência cognitiva, a suspeita que faz tantos americanos preferir que ele não se candidate. O filho problema interferiu para explicar perguntas que o pai não entendia, uma situação constrangedora para qualquer presidente, ainda mais o líder da maior superpotência do planeta.

Como ex-esposas, filho é para sempre e agora uma nova linha de investigação começa a ser levantada: a suspeita de que Antony Blinken, o secretário de Estado notavelmente desaparecido da linha de frente da política mundial, coordenou quando era assessor de Biden a hoje desmoralizada carta aberta de 51 integrantes da comunidade de inteligência, incluindo ex-diretores da CIA e da NSA, dizendo que o politicamente explosivo conteúdo do laptop extraviado de Hunter era produto de uma campanha russa de desinformação.

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Era tudo verdade.

A potência americana, com seu PIB de 23 trilhões de dólares, é exuberante, mesmo com todos os problemas. No último trimestre do ano passado, estava 5% maior do que antes da pandemia de Covid-19.

Não largar o osso, nunca, está escrito em letras pequenininhas no currículo de todos os políticos. E é isso que Biden vai anunciar. Quer ser presidente, de novo, mesmo contra a vontade dos americanos. E mesmo que venha a ter 86 anos quando terminar um hipotético segundo mandato.

“Idade é mais do que um número. Idade é a expressão do cerne da realidade biológica da existência humana que, a um determinado momento, se acaba”, disse recentemente Tucker Carlson, cuja saída deve estar provocando rodadas de champanhe na Casa Branca e só pode estar conectada com o acordo de mais de 750 milhões de dólares pagos pela Fox para encerrar o processo por difamação da fabricante de urnas eletrônicas Dominion, acusada por vários apresentadores de fraudar resultados.

Por mais que ele provoque rejeição em muita gente, Carlson expressou uma realidade com a qual 70% dos americanos concordam. Mas vão ter que enfrentar outra eleição onde o maior aliado de Biden é seu adversário, um replay que, de novo, a maioria dos americanos não quer.

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É duro ter que votar numa eleição em que os dois candidatos provocam tanta rejeição. Já ouviram falar nisso?

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