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Justin Trudeau é bonitinho, mas altamente ordinário

Primeiro-ministro do Canadá tem tudo de ruim, exceto a aparência

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 dez 2016, 11h22 - Publicado em 2 abr 2016, 21h21
Só estampa: narcisismo e esquerdismo de butique são a base de Justin Trudeau, o belo (Reuters/Kevin Lamarque)

Só estampa: narcisismo e esquerdismo de butique são a base de Justin Trudeau, o belo (Reuters/Kevin Lamarque)

O que dizer de um chefe de governo cuja eleição é elogiada pelo Estado Islâmico? Bem, se quem faz a avaliação for do mesmo nível que os assim chamados cineastas Eric Ruel e Guylaine Maroist, só dirá imbecilidades deslumbradas.

O assim chamado filme que eles fizeram sobre o primeiro-ministro do Canadá, lançado agora por uma plataforma de vídeo, entrega a torpeza bajuladora logo no título: Deus Salve Justin Trudeau.

Deus nos salve de ser submetidos a tal tortura, à qual não faltarão elogios. Justin Trudeau é a encarnação dos sonhos do liberalismo vagamente esquerdista e confusamente bem intencionado, um cara bonitão que desfila o físico sem pudor e posa para fotos em poses de ioga – uma edipiana reprodução de seu pai, Pierre Trudeau, que  foi primeiro-ministro do Canadá em duas ocasiões, no total de quinze anos.

“Fui colocado nesse planeta para fazer isso. Vou à luta e ganho”, diz narcisisticamente Trudeau filho sobre sua importante pessoa. Luta, no caso, nos dois sentidos, pois foi ao derrotar em ringue de boxe um veterano da Marinha canadense, apresentado no filme como uma besta fera de direita, que o jovem político ganhou projeção nacional.

Como se ele precisasse de “projeção nacional”. Na condição de filho de Trudeau, o atual primeiro-ministro pertence desde o berço à aristrocracia globalizada que circula nos melhores ambientes do planeta, uma espécie de esquerda chique internacional.

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Além do pai famoso, que morreu em 2000, Justin tem mãe com história. E que história. Margaret Trudeau era uma jovem que circulava pelo circuito hippie dos anos 60 quando o político conquistador, com o dobro de sua idade, caiu por ela.

Margaret, em compensação, caiu ainda no estilo de vida altamente arriscado da época. Era jovem, linda e injetava frescor no cenário político, já energizado pela “trudeaumania” que havia levado seu marido a ser eleito com uma plataforma liberal no sentido americano. Ou canadense.

Margaret injetava outras coisas também. Começou a circular com a turma do Studio 54, boate famosa de Nova York. Levava drogas na bagagem do marido e fez um discurso constrangedor em visita à Venezuela, depois de ingerir o alucinógeno peitote. Teve casos com Ted Kennedy, Ronnie Wood e Mick Jagger. Considerando-se a reputação do senador da famosa dinastia americana e os integrantes do Rolling Stones, nenhuma novidade.

Acabou por abandonar os filhos, fato que atribui à depressão e ao transtorno bipolar. Hoje é uma senhora bonita, de 67 anos, que faz campanhas de esclarecimento sobre transtornos psíquicos.

Já o filho só sofre do distúrbio que leva as “esquerdas” a apoiar qualquer insanidade, inclusive o terrorismo, quando praticada em nome da religião muçulmana. Frequenta habitualmente mesquitas, usando trajes típicos de países como o Paquistão, e fazendo orações com as posturas islâmicas.

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Depois de eleito, no fim do ano passado, Justin Trudeau não apenas suspendeu a participação do Canadá nos bombardeios a posições do Estado Islâmico – daí os elogios. Numa declaração próxima do estado alucinatório exibido, sem consequências piores do que as pessoais, por sua mãe no passado, disse que o Canadá não retaliaria mesmo que fosse atacado por terroristas.

Justin Trudeau foi comparado por um religioso a heróis muçulmanos e ao islamista Recep Erdogan, presidente da Turquia. Mesmo com sua política de portas abertas a imigrantes de países muçulmanos, os candidatos têm que passar pelo crivo de segurança e contar com patrocinadores locais, geralmente membros da família.

O Canadá é o país dos sonhos de muita gente que quer mudar de vida, inclusive brasileiros. Devido à população baixíssima em relação às dimensões gigantescas – apenas 35 milhões de habitantes -, aceita e até procura novos habitantes, desde que se enquadrem nas necessidades profissionais de suas diferentes regiões, principalmente as mais distantes.

A fama nacional dos bem comportados canadenses contrasta com o caos criativo dos Estados Unidos – caos, evidentemente, do ponto de vista deles. O país é uma exceção do Novo Mundo, com um sistema parecido com o bem-estar social altamente custoso, mas em geral eficiente, da Europa do Norte.

Para fazer sucesso, evidentemente, os canadenses mais ambiciosos precisam ir para os Estados Unidos. Por sucesso, entendam-se nomes como Justin Bieber, Pamela Anderson, Ryan Gosling, Avril Lavigne e a suprema diva, Céline Dion. Esta só vai aos Estados Unidos para ganhar dinheiro.

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Justin Trudeau dificimente conseguirá estragar um país tão bem organizado, embora enfadonho. O maior mal que já fez até agora foi a jornalistas deslumbrados e bajuladores que o tratam com uma deferência auto-destrutiva. Ambos, Trudeau e bajuladores, com certeza continuarão tentando piorar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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