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Cerveja, futebol e política: o domingão americano vai ferver

Tom Brady, o jogador mais badalado - e detestado - do esporte, quer o quinto título de campeão; anti-trumpistas querem que caia duro

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 30 jul 2020, 21h03 - Publicado em 2 fev 2017, 18h45
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  • Rosa Brooks, professora de direito que trabalhou para o governo Obama, está propondo, entre outras alternativas, uma declaração de desequilíbrio mental ou um golpe militar para derrubar Donald Trump, que ainda vai completar amanhã duas tumultuadas semanas como presidente.

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    É nesse clima que os Estados Unidos se aproximam do maior acontecimento esportivo do país – ou do universo – nesse domingo: a final do campeonato de futebol americano.

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    Por causa disso, em vez de relaxar com rodadas incontáveis de cerveja diante da televisão e cair de cabeça num dos mais populares esportes do país – amar ou odiar Tom Brady, o quarterback do Patriots, conhecido no Brasil como o marido de Gisele Bündchen -, quase 200 milhões de americanos inevitavelmente verão a política se imiscuir no Super Bowl.

    Os brasileiros sabem muito bem como é isso. Mas o nível de contaminação do campeonato americano começa, literalmente, com a cerveja.

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    Os comerciais dos intervalos do jogo são uma caríssima e disputada plataforma e a Budweiser promete aumentar a dose de provocação. O comercial da cerveja mostra uma versão politizada da história de fundador da cervejaria, o alemão Adolphus Busch.

    “Fora daqui, volta para o seu lugar”, ouve o imigrante Busch de maldosos nativistas. Numa saga gloriosa, ele eventualmente chega a St. Louis e funda a cervejaria, hoje pertencente à multinacional belgo-brasileira InBev.

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    As referências ao momento político atual são evidentes, mas não inteiramente fantasiosas. Existiu realmente um movimento nativista no século XIX, voltado basicamente contra as ondas de imigrantes irlandeses e alemães de religião católica.

    Um dos argumentos do Know Nothing, com ficou conhecido, era que o papado queria controlar os Estados Unidos. O nome derivou de características semi-clandestinas do movimento. Perguntados a respeito, seus integrantes davam uma resposta para despistar: “Eu não sei nada disso”.

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    É claro que a tectônica irrupção de Trump no cenário político americano foi muito comparada com os Know Nothing.

    Antes mesmo de começar o jogo habitualmente interminável, os espectadores já vão sentir um gostinho da coisa. Lady Gaga vai cantar o hino nacional.

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    Ela já fez isso antes, lindamente, mas é impossível que este ano deixe de se apresentar como porta-voz de imigrantes, refugiados, muçulmanos, vítimas de tiroteios, filhotes de foca e mais uma longa série de vogais maiúsculas.

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    Chegando ao jogo, em si. Durante a campanha eleitoral, Tom Brady postou uma foto de um boné vermelho com o slogan Make America Great Again. Depois, não se manifestou mais, possivelmente sob ameaça de crise doméstica.

    Voltou ao assunto depois da eleição, em entrevistas pré-final. Disse que não entendia o motivo de tanta curiosidade a respeito de sua proximidade com Trump, que amizade é assim mesmo, isso não significa nem sim nem não em relação a identificação política etc e tal.

    Levou pancadas de todos os lados. Brady é uma figura única no futebol americano, simultaneamente o mais admirado (por 22% do público) e o mais detestado (21%). Geralmente pelos mesmos motivos: é um atleta excepcional no desempenho e na longevidade da carreira, bonito, rico, com covinha no queixo, casado com Gisele, bom sujeito e sem nada de arrogância – quem pensou em analogias com um certo jogador português, errou.

    Ganhar o quinto campeonato seria uma espécie de volta por cima. Ele foi suspenso por quatro jogos por causa do chamado deflategate. Lutou o quanto deu contra a acusação de que havia diminuído a pressão nas bolas – constantemente trocadas – para se beneficiar. Perdeu até no tribunal da opinião pública: mais de 70% dos americanos aprovaram a punição.

    Os torcedores de seu time, o Patriots, da Nova Inglaterra, se vestem como soldados da Revolução Americana e não costumam ser do tipo que, durante os jogos, manda presidentes fazerem alguma coisa muito desagradável.

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    Ou não costumavam. E vai que, até domingo, os conselhos destemperados de intervenção radical de Rosa Brooks sejam ouvidos? Diriam o quê? “Ei, Mike Pence, vai comer chuchu”?

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