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Por Vilma Gryzinski
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Cada um na sua raia

É certa a decisão de federação da natação de regular disputas esportivas

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 27 jun 2022, 11h30 - Publicado em 26 jun 2022, 08h00

De causa justa e humana, a luta pela aceitação e o respeito por pessoas que têm identidades sexuais diferentes da própria biologia transformou-se num festival de absurdos e até, incoerentemente, de injustiças flagrantes. Uma das mais conhecidas: homens que se identificam como mulheres trans passaram a participar de competições esportivas com mulheres biológicas, sem alterar as vantagens masculinas naturais em matéria de força, envergadura, ossatura e capacidade cardíaca e pulmonar. O caso mais conhecido é o de Lia Thomas, que antes de se declarar mulher competia no time masculino de natação da Universidade da Pensilvânia. Apesar dos quase 2 metros de altura e dos ombros poderosos, não se destacava. Quando passou a disputar com mulheres biológicas, virou uma campeã. Uma comparação: o prodigioso Michael Phelps ganhou a medalha de ouro — mais uma, na maior coleção do mundo — nos 200 metros estilo borboleta no Rio, ao vencer Masato Sakai por uma fração de segundos de 0,04. Numa competição universitária de nado livre, Lia Thomas bateu a segunda colocada por 38 segundos.

Thomas não praticou nenhuma malandragem. Foi a federação americana de natação que estabeleceu, como único parâmetro competitivo para mulheres trans, a redução da contagem de testosterona. É uma decisão espetacularmente injusta, tanto que a Federação Internacional de Natação agora proibiu a participação de mulheres trans em competições femininas caso não tenham feito tratamento hormonal para diminuir as características masculinas antes de entrar na puberdade.

“A vitimização de mulheres em nome de uma visão distorcida da causa trans vai além das competições”

A vitimização de mulheres em nome de uma visão distorcida e autoritária da causa trans vai além das competições esportivas. A própria palavra “mulher” vem sendo progressivamente eliminada, a pretexto de não discriminar mulheres biológicas que se tornam homens trans. Na Escócia, um doador de sangue de 66 anos ficou revoltado ao ser submetido a uma pergunta absurda: se era gestante. A pergunta é obrigatória no serviço público de saúde para doadores ou pacientes que fazem exames de imagem que exigem proteção adicional em caso de gravidez. Como homens trans com o aparelho reprodutivo feminino intacto podem engravidar, a pergunta se tornou obrigatória para todos.

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Muito pior do que a linguagem que trata o público como idiota é o incentivo à transição a jato para crianças e adolescentes que mostram algum sinal de disforia de gênero. Tratamentos hormonais e cirurgias radicais como a mastectomia dupla e a ablação dos testículos viraram terapia-padrão.

Seres humanos são naturalmente complicados e a reação a intervenções dessa magnitude, que abrangem desde o prazer sexual até a capacidade reprodutiva, pode ir do contentamento ao profundo arrependimento. “O Juramento de Hipócrates foi substituído por uma falácia: a crença segundo a qual, ao bloquearmos a puberdade de crianças e depois alterá-las cirurgicamente, estamos restaurando o que é delas por direito”, condenou o psicólogo canadense Jordan Peterson. “Que alguém que se declare médico faça isso com crianças me parece ser algo digno de pena de cadeia.” Peterson é um provocador profissional e passa por cima das complexidades envolvidas, mas os abusos e até o puro modismo estão ficando cada vez mais evidentes. Pode ser coincidência que a filha de Jennifer Lopez e um filho de Elon Musk tenham aparecido na mesma semana com identidades de gênero diferentes?

Publicado em VEJA de 29 de junho de 2022, edição nº 2795

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