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Ânimos exaltados: Justin Trudeau leva pedradas; Joe Biden, palavrões

No civilizadíssimo Canadá, primeiro-ministro é recebido com chuva de cascalho e palavras pesadas de revolta “saúdam” presidente americano

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 9 set 2021, 08h24 - Publicado em 9 set 2021, 08h15
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  • Pelo menos na forma, as mais recentes manifestações brasileiras foram, felizmente, um exemplo de bom comportamento. Em especial se comparadas às erupções de fúria em países onde governantes costumam ser respeitados.

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    No Canadá, um modelo de civilidade tão invejado pelos brasileiros, Justin Trudeau, o primeiro-ministro que é talvez o mais politicamente correto chefe de governo de todos os tempos, levou um susto com a chuva de cascalhos de que foi alvo durante um comício – o segundo tumultuado por manifestantes revoltados com as exigências de vacinação para a maioria das atividades.

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    Trudeau está em campanha porque achou uma boa ideia convocar eleições antecipadas, para o próximo dia 20, como é comum num países com sistema parlamentarista, crente de que a bem sucedida campanha de vacinação seria um trunfo imbatível.

    Queria aumentar sua exígua maioria no Parlamento, mas corre o risco até de ser derrotado pelo líder conservador, Erin O’Toole, que não é bonitinho como Trudeau nem defensor de todas as causas progressistas da humanidade, mas também não usa maquiagem nem ameaça os não-vacinados com “consequências”.

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    Os “antivaxxers”, a faixa militante dos que não querem tomar vacinas ou ser obrigados a mostrar um passe para frequentar recintos públicos, têm se mostrado surpreendentemente fortes em países como França, Inglaterra, Alemanha e o próprio Canadá.

    Aos gritos de “liberté”, manifestantes franceses invadiram no sábado – o dia do agito – um shopping center. Policiais antimotim foram encurralados e obrigados a bater numa algo humilhante retirada por uma escada rolante.

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    Invadir espaços públicos – sem quebra-quebra – virou rotina para os “antivaxxers” ingleses. Eles chegaram a tomar o térreo do antigo prédio da BBC, sem maiores consequências exceto o orgulho ferido por terem se enganado de endereço.

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    Nos Estados Unidos, onde o governo federal não tem autoridade para implantar um passaporte sanitário de alcance nacional, a bronca dirigida contra Joe Biden é pelo vexame da retirada do Afeganistão.

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    As manifestações de revolta são impressionantes. Ao visitar em Nova Jersey um bairro atingido pelo furacão Ida, o presidente americano ouviu palavras pesadas.

    “Meu amigo morreu em 2011 no Afeganistão por isso? Para que esse cara fizesse essa m****? Para deixar o país deles em ruínas e largar americanos para trás”, gritou um morador.

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    “Meu país está indo para a m**** e você deixa isso acontecer”, revoltou-se uma mulher.

    A ideia de que um presidente americano mande os militares bater em retirada de um país sem garantir que todos os cidadãos sejam devidamente resgatados é insuportável para a maioria dos veteranos de guerra e a população em geral. Ela afeta diretamente o senso de honra e a autoestima, sempre tão notável, dos americanos.

    “Ele deixaria vocês para trás, vocês que o protegem”, disse o morador revoltado para os policiais que reforçavam a segurança de Biden.

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    Em outra prova de descolamento da realidade, Biden tentou alegar que os protestos vieram de “pessoas que estavam gritando que nós estamos interferindo na livre empresa por fazermos alguma coisa a respeito das mudanças climáticas”.

    Mentir na cara dura, contradizendo a onipresença dos vídeos da internet, tem sido uma atitude recorrente do presidente desde o vexame da retirada apressada e mal planejada.

    Os foras e as declarações constrangedoras de Biden são tais que o site Politico, veementemente favorável aos democratas, publicou uma reportagem, obviamente sem nomes, sobre os funcionários da Casa Branca que ficam ansiosos a ponto de tirar o som das transmissões em que o presidente sai do roteiro e faz declarações espontâneas. 

    Pode ser que se vejam na posição de apelar ao mundo mais vezes. A moda agora nos estádios esportivos é um grito que tem a força e a desinibição das torcidas de futebol no Brasil. Dizem, repetidas vezes, em impressionante uníssono, os torcedores americanos: “F*** Joe Biden”.

    Já tem um cartaz exatamente igual no Canadá para Justin Trudeau.

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