Quem notou que a Companhia das Letras teve poucos títulos entre os vencedores do Jabuti 2012 – apenas sete dos 87 ganhadores das 29 categorias da premiação, nenhum em primeiro lugar – pode se preparar para ver um número ainda menor no ano que vem. Magoado com a maneira como o evento lidou com a controvérsia em torno da vitória de Chico Buarque há dois anos, desanimado com o que considera falta de organização do torneio e irritado com o lobby que outras editoras fazem por seus livros na disputa, o editor Luiz Schwarcz diz que inscreveu menos obras neste ano e talvez inscreva alguns livros em 2013 “só para não parecer” que está tendo “uma atitude contrária” por não ter ganho. “Mas importância para o Jabuti eu estou dando cada ano menos.” Com menos obras em disputa, a editora terá naturalmente menos chance de ganhar.
Em sua terceira edição seguida marcada por problemas, o Jabuti está se desfazendo, na opinião do editor, um dos principais do país. “A gente inscreveu menos títulos porque existe um custo para concorrer e o prêmio está se diluindo de uma maneira… é um escândalo atrás do outro”, diz Schwarcz, que viaja aos Estados Unidos nesta sexta-feira para o segundo encontro com representantes da Penguin, desde que a Companhia das Letras anunciou a fusão com a companhia, há um ano. O custo a que Schwarcz se refere é o valor de inscrição de um título, que varia de 190 (associados da Câmara Brasileira do Livro) a 290 reais (não-associados), no caso de obras individuais, e de 260 (associados) a 360 reais (não-associados), no de coleções.