À medida que o nome de Flávio Dino (PSB) ganhou musculatura na disputa pela vaga no Supremo a ser aberta com a aposentadoria de Rosa Weber, petistas passaram a comemorar desavergonhadamente.
A informação deveria ser um contrassenso, já que um dos principais candidatos à vaga – e que disputam com Flávio Dino a indicação – se trata do advogado-geral da União Jorge Messias, quadro do próprio PT e que tem mais “serviços prestados” ao partido do que o pessebista.
Mas não é contrassenso, na visão de integrantes do PT.
Desde que a popularidade de Flávio Dino começou a crescer – incluindo nas redes sociais -, acendeu-se imediatamente um sinal de alerta na direção do Partido dos Trabalhadores.
Na cabeça de caciques da legenda, Flávio Dino – hoje muito bem no ministério da Justiça (e no contato com o publico em geral) -, poderá pleitear uma candidatura à presidencia da República no futuro.
Como o PT não quer perder a hegemonia na esquerda brasileira, esse tipo de temor está sempre à flor da pele.
Para se ter uma ideia, o partido – e o próprio Lula – estão pressionados com o fato de que muitas apoiadores da sociedade civil na eleição passada desejam uma mulher no lugar de Rosa Weber. De preferência, uma jurista negra (A última edição de VEJA mostrou que uma das soluções para lidar com isso seria indicar Dino ao STF e colocar uma mulher no Ministério da Justiça).
Mas essa pressão não é maior que o temor da direção petista, sempre de olho na próxima eleição.
Ocorre que nem Flávio Dino – nem Geraldo Alckmin, outra estrela presidenciável do PSB – trairiam Lula ou concorreriam contra o petista em uma eleição presidencial como se avizinha em 2026.
É perda de tempo? Sim, é. Mas o PT deixará de fazer esse cálculo político? Não, não vai. Brasília continua igual à de 20 anos atrás, quando Lula chegou pela primeira vez ao poder.