O veto de mentirinha de Jair Bolsonaro
Fundo Eleitoral quase triplicou com votos do PL e de outras legendas do centrão, base de apoio do governo
O veto do presidente Jair Bolsonaro ao aumento do fundo eleitoral não passa de mais uma mentira – ou fakenews, para ser mais objetivo sobre aquilo que o presidente e integrantes do seu governo são investigados – ao povo brasileiro.
Com explicou Maquiavel, Bolsonaro vetou o trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que destinava R$ 5,7 bilhões para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como Fundo Eleitoral.
Se o veto do presidente fosse mantido pelo Congresso Nacional, o valor ficaria nos mesmos R$ 2,1 bilhões da eleição de 2020 – um montante bastante razoável para uma eleição que promete ser pior até que a de 2018.
Ocorre que o veto foi derrubado por 317 votos a 143 na Câmara e por 53 votos a 21 no Senado. Mas justamente por quem? Pelo PL, partido do presidente, e diversas – repito, diversas – legendas do centrão, que tem dado base de sustentação sólida ao atual governo.
Com a derrubado do veto, todos os partidos terão quase o triplo para gastar na campanha eleitoral do ano que vem em comparação com o valor de 2020. Fazendo uma conta por baixo, o valor de R$ 2,6 bilhões que foi acrescido no Fundo Eleitoral poderia manter 700 mil famílias com o auxílio emergencial.
Mas Bolsonaro só finge e joga plateia. Seus atos são sempre contra uma democracia, especialmente com a inclusiva, o que fica claro com a maciça adesão do PL e dos partidos da base para aumentar o Fundo Eleitoral. Só o Podemos, a Rede e o Cidadania se posicionaram contra o aumento bilionário do agora Mega Fundão Eleitoral.
Para o senador Randolfe Rodrigues, que votou pela manutenção do veto, trata-se da “democracia do Fundão Eleitoral”. “Os mesmos parlamentares que, ao derrubarem o veto, afirmaram que a democracia tem custo, não levantam ‘a’ para defender a imprensa dos arroubos do presidente ou as instituições fragilizadas por Bolsonaro”.